Amizade é mais que afeto na vida de pessoas com Síndrome de Down: ela atua como estímulo essencial ao desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Desde a infância, os vínculos afetivos com familiares, amigos e colegas contribuem para o progresso da linguagem, da autonomia e das habilidades sociais. Para especialistas, conviver com outras crianças, brincar e compartilhar experiências são práticas tão importantes quanto o acompanhamento terapêutico e médico.
Segundo o Censo 2022 do IBGE, o Brasil possui cerca de 300 mil pessoas com Síndrome de Down. Elas compartilham algumas características comuns no desenvolvimento, como atraso na fala, no controle motor e na aquisição de habilidades cognitivas. No entanto, esses desafios podem ser atenuados por estímulos adequados, explica a Dra Amanda de Paula, médica de Família e Comunidade especializada em Síndrome de Down.
“É importante que a criança com T21 seja inserida em redes de convivência desde cedo. Ter com quem brincar, conversar e compartilhar experiências contribui diretamente para o seu desenvolvimento integral”, explica a especialista. A expressão T21 refere-se à trissomia do cromossomo 21, condição genética causada pela presença de um cromossomo 21 extra nas células de uma pessoa, em vez de dois. Essa cópia adicional resulta na Síndrome de Down.
Dra. Amanda é mãe do André, de cinco anos, e da pequena Aurora, de 1 ano, diagnosticada com a condição após o parto. A chegada da bebê estimulou a sua especialização em Síndrome de Down. A médica defende que a amizade é mais que um fator emocional. Ela atua como ferramenta terapêutica complementar. “Nenhuma terapia isolada consegue promover os mesmos resultados quando não há uma rede de apoio que inclui afeto, trocas e confiança. A criança aprende no convívio com o outro — e isso vale para qualquer criança, com ou sem deficiência”, afirma.
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