
Allan sempre foi um cético. No entanto, na noite de 13 de outubro, algo aconteceu que abalou suas convicções. Estava sozinho em seu apartamento, enrolado em um cobertor, quando uma notificação de mensagem soou em seu celular. Olhou para a tela e viu uma mensagem de um número desconhecido: "Por favor, me ajude. Estou preso aqui."
Ele franziu a testa. Pensou que poderia ser uma brincadeira de mau gosto, mas algo na mensagem o deixou inquieto. Respondeu hesitante: "Quem é você?"
Quase imediatamente, a resposta veio: "Eu sou Sarah. Morri neste apartamento há muitos anos."
Allan sentiu um arrepio subir pela espinha. O apartamento era antigo, mas ele nunca tinha ouvido falar de nenhuma morte ali. Decidiu investigar mais, apesar do medo crescente. "Como posso ajudar você?", perguntou.
A resposta foi rápida e clara: "Vá até o sótão e encontre meu diário. Nele está a verdade sobre minha morte."
Respirando fundo, Allan pegou uma lanterna e subiu as escadas rangentes até o sótão. Cada passo parecia ecoar na escuridão. Ao abrir a porta do sótão, uma onda de poeira se ergueu, e ele sentiu o ar gelado do lugar. Vasculhou caixas velhas e móveis cobertos até encontrar uma caixa antiga, escondida sob uma pilha de livros empoeirados.
Dentro da caixa, havia um diário com capa de couro. As páginas estavam amareladas pelo tempo, e a escrita era cuidadosa e delicada. Sentou-se no chão frio e começou a ler.
Sarah descrevia uma vida de tristeza e solidão. Ela era uma jovem mulher que se mudara para o apartamento em busca de uma nova vida, mas acabara encontrando a morte nas mãos do proprietário anterior, um homem cruel e possessivo. Nas últimas páginas, ela escrevia sobre seu medo e sobre como tinha sido trancada no sótão, onde pereceu sem ninguém para ajudar.
Enquanto lia, Allan ouviu um som suave atrás de si, como um sussurro. Virou-se lentamente e viu a figura etérea de uma jovem mulher. Ela tinha olhos tristes, mas havia uma expressão de gratidão em seu rosto. Era Sarah.
"Obrigado," disse ela com uma voz que parecia um sopro de vento. "Agora que a verdade foi revelada, posso descansar em paz."
Antes que Allan pudesse responder, a figura de Sarah se desfez em uma bruma luminosa, desaparecendo na escuridão do sótão. Ele ficou ali, sentado no chão, com o diário firme em suas mãos, tentando processar o que acabara de acontecer.
Desceu lentamente as escadas, ainda em choque, e voltou para seu apartamento. O celular estava em cima da mesa, a tela ainda iluminada com a última mensagem de Sarah: "Obrigado."
A partir daquele dia, Allan nunca mais recebeu mensagens estranhas. Mas a história de Sarah, gravada nas páginas daquele diário, ficou marcada em sua mente para sempre. E ele, que antes era um cético, passou a acreditar que algumas almas não descansam até que a verdade seja revelada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário