Sol forte, calor e descuido: por que o verão é o período mais perigoso para o câncer de pele - Joana D'arc

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25 novembro 2025

Sol forte, calor e descuido: por que o verão é o período mais perigoso para o câncer de pele


“O verão é a época em que a pele mais sofre, mas também é quando as pessoas mais relaxam com os cuidados. A prevenção é simples, acessível e faz diferença real na redução de novos casos”, afirma a dermatologista


 


 

FOTO: DIVULGAÇÃO



 

O câncer de pele é o tipo de tumor mais frequente no Brasil e responde por cerca de 30% de todos os diagnósticos no país. Segundo dados do INCA, mais de 220 mil novos casos surgem a cada ano, e a maior parte está ligada à exposição solar sem proteção adequada. No verão, com dias mais longos, sol intenso e aumento das atividades ao ar livre, a combinação de calor e descuido torna esse período o mais perigoso para o desenvolvimento da doença.


 

A dermatologista Dra. Denise Ozores (CRM 101677-SP), especialista em beleza natural, conta que sua relação com a prevenção mudou depois de enfrentar um câncer de mama agressivo. A experiência pessoal reforçou a importância de olhar para a saúde da pele com mais atenção. “Quando você passa por um câncer, entende na prática que prevenção não é um detalhe, é prioridade. E isso vale também para o câncer de pele, que em grande parte poderia ser evitado com proteção diária”, diz.


 

No consultório, ela observa um padrão que se repete ano após ano: a maioria das pessoas até sabe que deve usar protetor solar, mas erra na forma de usar. “O erro mais comum é achar que uma passada de protetor de manhã resolve o dia inteiro. As pessoas aplicam pouca quantidade, esquecem áreas expostas como orelhas, nuca, dorso das mãos e pés, e passam horas no sol mais forte sem reaplicar o produto”, explica. Ela lembra que o ideal é optar por um filtro com FPS 30 ou mais, aplicado em quantidade generosa, e reaplicar a cada duas horas ou após entrar no mar ou suar excessivamente.


 

Outro ponto que preocupa a médica é a exposição nos horários de maior intensidade da radiação ultravioleta. Mesmo com campanhas frequentes, a faixa entre 10h e 16h ainda concentra grande parte dos danos. “É justamente quando o sol está mais forte que muita gente decide ficar na areia, na piscina ou fazendo atividade física ao ar livre. Sempre que possível, o ideal é buscar sombra, reduzir o tempo direto no sol e proteger principalmente rosto, colo e ombros, que costumam ser as áreas mais castigadas ao longo dos anos”, orienta.


 

Para Denise, a proteção não se resume ao protetor solar. Roupas com proteção UV, chapéu de aba larga e óculos escuros de boa procedência funcionam como aliados importantes na rotina de cuidados. Ela também destaca a importância de hidratar a pele diariamente, especialmente após um dia de praia ou piscina. “O sol resseca, irrita e enfraquece a barreira natural da pele. Hidratar depois da exposição ajuda a recuperar essa estrutura e reduz o risco de inflamações e descamação”, afirma.


 

A dermatologista insiste ainda na necessidade de observar a própria pele com mais atenção. Mudanças em pintas, manchas que escurecem, aumentam de tamanho ou mudam de formato, além de feridas que não cicatrizam, são sinais de alerta que exigem avaliação médica. “O diagnóstico precoce faz toda a diferença. Quando o paciente procura o especialista no começo, as chances de cura são muito maiores e o tratamento costuma ser menos agressivo. O problema é que muita gente ignora esses sinais por anos”, alerta.


 

Para ela, a mensagem é direta: aproveitar o verão não significa abrir mão de cuidado. “Ninguém precisa deixar de ir à praia ou de tomar sol, mas é preciso assumir responsabilidade sobre a própria pele. Um pouco mais de atenção agora evita sustos no futuro. Bronzeado passa, cicatriz não. Vale pensar nisso antes de se expor sem proteção”, finaliza a dermatologista.


 

Créditos:  @deniseozoresdermato

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