Em Caiobá, no litoral paranaense, o projeto da designer Priscila Poli atende em tempo recorde o desejo de integração total do anfitrião

O verão está chegando e muitos anfitriões já finalizam os preparativos para receber seus convidados na praia. Recorrer a uma rápida repaginada pode significar mudança total de ambiente e a garantia de uma temporada com mais aconchego e bem-estar. O resultado de uma transformação bem planejada – e rápida – do layout é surpreendente.
Foram necessários apenas 100 dias para que a designer de interiores especialista em casas de férias Priscila Poli transformasse completamente a área social e íntima de um apartamento em Caiobá, no litoral do Paraná. O projeto integrou cozinha, sala de jantar, sala de TV e churrasqueira, além de renovar o lavabo e o banheiro íntimo — tudo com um único propósito: receber bem.
A reforma surgiu de um desejo simples: o cliente ama cozinhar e reunir amigos e família, mas o antigo layout isolava o anfitrião e limitava a convivência.

A solução veio com integração e planejamento inteligente. As mudanças começaram pela bancada, ampliada para receber banquetas que incentivam a conversação. O projeto adotou no local o Lastras, material conhecido pela durabilidade e resistência a altas temperaturas, o que garante longevidade e fácil manutenção, sendo particularmente atraente para quem cozinha e tem medo de provocar manchas com vinho ou molhos de cores intensas
Uma antiga mesa retangular cedeu espaço a um modelo triangular, que pudesse acomodar confortavelmente até nove pessoas. A nova disposição aproximou todos os ambientes e agora é possível cozinhar, conversar e relaxar no mesmo fluxo visual.

As cores mereceram uma atenção especial. Todo o papel de parede azul escuro foi substituído por uma cobertura no tom Silver Lake, aplicada também no teto. No corredor e no lavabo, a designer adotou listras com a mesma cor intercalada com branco. Para essa pintura, escolheu-se uma tinta lavável bioprotect, que elimina 99% dos microrganismos e garante paredes livres de bactérias, mofo e fungos por dois anos.
Nos ambientes íntimos, o destaque do novo layout é o banheiro, onde também a escolha de cores foi um diferencial. Ali, o azul Silver Lake (Sherwin-Williams) contrasta com o branco, em uma composição suave, que remete aos temas marítimos.

O sofá, peça que a cliente já possuía e decidiu manter, foi integrado à nova iluminação quente e cuidadosamente planejada para todo o apartamento, resultando em uma composição de texturas que criam camadas de aconchego e tornam o ambiente ainda mais acolhedor.
O novo layout de armários levou em consideração que a família recebe muitos amigos e um de seus prazeres é ter uma vasta seleção de louças e acessórios perfilados à mesa. Era preciso otimizar o espaço da cozinha, garantindo lugar para todos os utensílios – louças e objetos de decoração que antes ficavam apertados.
O fogão que antes ficava a um canto, foi centralizado e ganhou um armário exclusivo para temperos, tornando a rotina mais funcional e o ato de cozinhar mais prazeroso.
O resultado é uma casa que respira convivência e bem-estar. “Mais do que trocar acabamentos, foi uma transformação no modo de viver”, resume Priscila Poli. “Agora, o anfitrião cozinha olhando para os amigos, os espaços se comunicam e cada ambiente convida à presença. É uma casa feita para estar junto.”
Na decoração, a combinação de texturas da parede — unindo a pedra Are Branca ao MDF de toque aveludado, à palha natural e à lâmina de madeira carvalho — resultou em uma atmosfera leve e sofisticada. Uma verdadeira expressão do conceito hygge, em que cada detalhe convida ao toque, à presença e ao conforto.

Vindo da Dinamarca e reinterpretado por Priscila em uma versão abrasileirada, o conceito hygge nasceu em um país reconhecido por seus altos índices de felicidade — resultado de uma combinação de fatores econômicos, sociais e de bem-estar. A estabilidade, a segurança e a qualidade de vida permitiram aos dinamarqueses criar até uma palavra para traduzir a sensação de conforto e acolhimento nas pequenas coisas.
Hygge (em português, pronuncia-se algo como “ruga” ou “rãgui”). Não existe tradução literal, mas o termo resume um estilo de vida pensado para criar momentos simples e prazerosos, cercados de conforto, presença e conexão.
Segundo a designer de interiores Priscila Poli, o hygge conversa diretamente com o que ela defende em seus projetos: o cultivo de pequenos rituais que nos permitam “viver férias todos os dias”. Mas, claro, com uma adaptação ao nosso contexto.“Aqui no Brasil, precisamos traduzir essa teoria nórdica para a nossa realidade tropical e colocar um pouco de borogodó”, brinca a designer.
Em uma versão tropical do hygge, cada elemento da casa foi pensado para despertar sensações próprias ao nosso clima e cultura.
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