História quase descohecida do movimento estudantil na ditadura militar - Joana D'arc

Destaque

10 outubro 2025

História quase descohecida do movimento estudantil na ditadura militar

“Se baterem, cantem!” – um livro resgata a quase desconhecida história dos estudantes que desafiaram a ditadura em 1977 e acabaram presos.

Com lançamento marcado para 11 de outubro, em Belo Horizonte, o livro Se baterem, cantem! – Estudantes desafiam a ditadura em 1977 resgata episódio marcante na história do movimento estudantil brasileiro: a prisão de 850 estudantes, em Belo Horizonte, que tentavam reconstruir a UNE (União Nacional dos Estudantes). A repressão policial ganhou destaque na imprensa nacional e internacional e tornou-se a maior detenção em massa dos 21 anos de ditadura militar no Brasil.

 

Organizado pela jornalista e historiadora Cândida Emília Borges Lemos e editado pelo Grupo Editorial Quixote, o livro foi construído a partir de depoimentos e entrevistas com estudantes da época e jornalistas que cobriram o III Encontro Nacional dos Estudantes e de um amplo trabalho de pesquisa em jornais do período; publicações estudantis, como panfletos, cartazes, jornais; e documentos oficiais e seus braços repressivos, como a Polícia Federal, a Justiça Militar e o temido SNI, o Serviço Nacional de Informações.

 

A obra destaca também o papel do movimento estudantil na segunda metade dos anos 1970, até a reconstrução da UNE em 1979, num momento em que a sociedade civil brasileira desperta em direção à democratização, enquanto “a ditadura militar dava sinais de fissuras internas, de enfraquecimento perante a sociedade civil, principalmente nas camadas médias”.

 

O prefácio é assinado pelo jornalista, escritor e editor Luiz Fernando Emediato, que estava presente. Ele tinha 26 anos e era estudante na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e repórter na sucursal do Jornal do Brasil em Minas Gerais. Emediato, que viu de perto a manifestação dos estudantes em Belo Horizonte, não esconde a emoção ao se recordar do episódio: “Um espetáculo, sobretudo, comovedor”. E completa: “Não sei mais se resta alguma esperança para nós, nossos filhos e netos, mas ao ler este livro uma saudade bate no peito e, antes que seja noite escura, tentamos acreditar que, se restabelecermos a energia vital daqueles tempos, sim, poderemos voltar a ter esperança de que dias melhores virão. Ler este livro desperta e estimula este sentimento”.

 

Após o lançamento, o livro poderá ser encontrado no site da editora (https://quixote-do.com.br/), na Amazon e nas principais livrarias. 

Serviço

Editora: Grupo Editorial Quixote

Organizadora: Cândida Lemos

Autoria: Angela Drummond, Cândida Lemos, Izabel Zoglio, Samira Zaidan, Virgínia Castro

376 páginas – R$ 53,00 reais

Lei de Incentivo à Cultura Patrocínio: EMGEA - Empresa Gestora de Ativos S.A. Realização: Ministério da Cultura, Governo Federal – Ao Lado do povo.

Se baterem, cantem! – Estudantes desafiam a ditadura em 1977 é uma publicação do Grupo Editorial Quixote.

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