Em uma pequena cidade, havia uma loja de antiguidades
conhecida por seus itens raros e misteriosos. Entre os objetos, havia um
espelho antigo, com uma moldura de madeira escura e entalhes intricados. Diziam
que o espelho tinha poderes sobrenaturais, mas ninguém sabia ao certo o que ele
fazia.
Certa noite, Ana, uma jovem curiosa e amante de histórias de terror, decidiu visitar a loja. Ela sempre foi atraída pelo desconhecido e adorava explorar lugares antigos. Ao entrar na loja, foi recebida pelo dono, um senhor idoso com um olhar enigmático.
"Posso ajudá-la?" perguntou ele, com um sorriso misterioso.
"Estou procurando algo especial, algo que tenha uma história interessante," respondeu Ana.
O dono da loja a levou até o espelho. "Este espelho tem uma história única. Dizem que ele revela a verdade sobre quem se olha nele, mas muitos têm medo de descobrir o que realmente são."
Intrigada, Ana decidiu comprar o espelho e levá-lo para casa. Ela o colocou em seu quarto, ansiosa para descobrir se a lenda era verdadeira. Naquela noite, antes de dormir, ela se olhou no espelho e sussurrou: "Mostre-me a verdade."
No início, nada aconteceu. Ana riu de si mesma por acreditar em superstições. Mas, de repente, a imagem no espelho começou a mudar. O reflexo de Ana desapareceu, e em seu lugar, surgiu uma figura sombria, com olhos vazios e um sorriso sinistro.
"Quem é você?" perguntou Ana, assustada.
A figura no espelho respondeu com uma voz fria e distante: "Eu sou a verdade que você esconde. Eu sou seus medos, suas inseguranças, seus segredos mais sombrios."
Ana tentou se afastar, mas sentiu-se presa, como se o espelho a estivesse puxando. A figura continuou: "Você não pode fugir de mim. Eu sou parte de você."
Desesperada, Ana fechou os olhos e tentou se libertar. Quando os abriu novamente, a figura havia desaparecido, e seu reflexo normal estava de volta. Tremendo, ela cobriu o espelho com um lençol e tentou esquecer o que havia visto.
Nos dias seguintes, Ana começou a notar mudanças estranhas em sua vida. Ela tinha pesadelos constantes, onde a figura do espelho a perseguia. Sentia-se observada o tempo todo, e sua saúde mental começou a deteriorar. Amigos e familiares notaram que ela estava diferente, mais distante e assustada.
Determinada a entender o que estava acontecendo, Ana voltou à loja de antiguidades. O dono a recebeu com um olhar preocupado. "Eu sabia que você voltaria," disse ele.
"O que está acontecendo comigo?" perguntou Ana, desesperada.
"O espelho revela a verdade, mas a verdade pode ser perigosa. Ele mostra o que você mais teme e traz esses medos à tona," explicou o dono.
"Como posso me livrar disso?" perguntou Ana.
Ana voltou para casa decidida a enfrentar a figura do espelho. Naquela noite, ela retirou o lençol e se olhou novamente no espelho. "Estou pronta," disse ela, com determinação.
A figura sombria apareceu novamente, mas desta vez, Ana não recuou. "Eu não tenho medo de você," disse ela, firme.
Ana fechou os olhos e começou a lembrar de todos os momentos difíceis de sua vida, de todas as inseguranças e medos que a assombravam. Ela enfrentou cada um deles, um por um, até sentir que estava em paz consigo mesma.
Quando abriu os olhos, a figura havia desaparecido. No espelho, estava apenas seu reflexo, mas desta vez, ela se sentia diferente. Sentia-se mais forte, mais confiante.
O espelho havia cumprido seu propósito. Ana finalmente havia enfrentado a verdade sobre si mesma e se libertado de seus medos. Ela decidiu manter o espelho, não como um objeto de terror, mas como um símbolo de sua coragem e força.
E assim, a lenda do espelho da verdade continuou a ser contada na pequena cidade, lembrando a todos que, às vezes, enfrentar nossos medos é a única maneira de nos libertarmos.
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