Violeiro João Paulo Amaral comemora 20 anos de carreira com álbum que une sonoridade contemporânea às raízes - Joana D'arc

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03 junho 2021

Violeiro João Paulo Amaral comemora 20 anos de carreira com álbum que une sonoridade contemporânea às raízes


Como forma de celebrar seus 20 anos de carreira dedicados à viola caipira e na busca por ampliar seus horizontes sonoros, o músico e compositor João Paulo Amaral, que mora em Campinas (SP), lança na próxima sexta-feira, 4 de junho, nas principais plataformas digitais, o álbum “Aço da Terra”. O material sintetiza a proposta de buscar uma sonoridade contemporânea e inventiva (Aço) sem abrir mão das raízes tradicionais (Terra).
O projeto foi financiado com recursos do ProAC Edital (SP). Com participação de Alberto Luccas (contrabaixo), Ana Luiza (voz), Cleber Almeida (bateria), Ricardo Herz (violino) e de seu pai aos 82 anos, Valdo (voz), Aço da Terra traz em seu repertório composições instrumentais do violeiro e seus arranjos para canções como Clube da esquina no 2 (Milton Nascimento, Lô e Márcio Borges) e Cuitelinho (Domínio Público).
“São oito composições instrumentais e três canções, temas que venho reunindo nos últimos dez anos e que exploram gêneros como arrasta-pé, polca, chamamé, pagode caipira, moda de viola, cateretê, toada, samba e jazz em diferentes afinações da viola, como cebolão, boiadeira, rio abaixo e sobre-requinta”, afirma Amaral.
De Abaeté a Campo Grande, que abre o álbum e foi lançada em forma de single, é um moderno arrasta-pé, misturado com polca paraguaia. Dedicado aos mestres Renato Andrade e Almir Sater, traz as participações de Alberto Luccas (contrabaixo acústico) e Cleber Almeida (bateria), parceiros de João Paulo Amaral desde Viola Brasileira (2010), álbum pioneiro nessa concepção jazzística de trio com viola.
Essa formação de trio permite aos músicos tocar com liberdade e inclui momentos em que a viola ponteia solos improvisados, uma das características diferenciais do violeiro presente também em outras faixas. A composição para viola solo Suíte Tião Carreiro, inspirada em 13 temas do Rei do Pagode, traduz em música a admiração e conhecimento adquiridos durante sua pesquisa de mestrado dedicada a esse ícone da viola e da música caipira.
A cantora Ana Luiza participa de duas faixas, nas quais registra pela primeira vez sua voz em dueto com a do irmão: Clube da esquina no 2 (Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges), também lançada em forma de single, e a inédita e instrumental A mulher e o mar. O violinista Ricardo Herz toca em duas faixas: Tempero goiano, parceria da dupla, e Refugiados da Luz, ambas também com Alberto Luccas e Cleber Almeida.
“Aço da Terra” traz ainda a participação especial do pai de João Paulo Amaral, Valdo, aos 82 anos, cantando em dueto seu poema Remédio do Mato musicado pelo filho, faixa que celebra o lado afetivo das cantorias, pescarias e convivência familiar que foram a primeira escola do violeiro.

 
Diário e lives

A preparação e a gravação do álbum foram registradas e divulgadas no “Diário Aço da Terra”, composto por 40 capítulos de minivídeos e texto, publicados no YouTube, no Instagram e no Facebook do músico.
O lançamento do álbum contará, ainda, com sete lives diferentes, transmitidas pelas redes do artista a partir de junho. Álbum independente, disponível em todas plataformas digitais a partir de 04/06/21.

Trajetória

Natural de Mogi das Cruzes (SP), João Paulo Amaral teve seu primeiro contato com a música caipira na infância, ao acompanhar seu pai em cantorias. Graduado (violão/guitarra) e pós-graduado pela Unicamp com o primeiro mestrado em música sobre viola no país (sobre Tião Carreiro), é professor da EMESP Tom Jobim e idealizador do Festival Viola da Terra. Participou da 3a edição (festival online) do histórico Violeiros do Brasil – Projeto Memória Brasileira.
Além da carreira solo, é integrante do trio Conversa Ribeira e diretor da Orquestra Filarmônica de Violas (fundada por Ivan Vilela). Participou de festivais e concertos em Portugal, Espanha, Inglaterra, México e Estados Unidos, da gravação de mais de 30 álbuns e de projetos com nomes como Renato Teixeira, Robertinho Silva, Natan Marques, Guinga, Toninho Ferragutti e Nailor Proveta.

Um comentário:

  1. Que bacana, não conhecia o trabalho dele.
    Vou pesquisar. Obrigada por compartilhar.

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