Estudo realizado no município de São Paulo revela o impacto econômico do câncer de mama - Joana D'arc

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19 julho 2019

Estudo realizado no município de São Paulo revela o impacto econômico do câncer de mama


“Impacto Econômico do câncer de mama no município de São Paulo” é o estudo realizado pelo Instituto Avon e a EIU (The Economist Intelligence Unit). Os dados projetam que, até 2022, serão gastos R$ 1,1 bilhão referente aos custos diretos (tratamentos) e indiretos (perda de produtividade) em todos os estágios do câncer de mama. Esta estimativa é baseada na extrapolação de tendências históricas relativas ao crescimento da população e seu perfil demográfico, a incidência de câncer e os custos per capita com serviços de saúde.
O estudo estima que o fardo econômico do câncer de mama para o município de São Paulo está na ordem de R$ 880 milhões. Isto inclui R$ 861 milhões de custos com tratamentos e R$ 19,5 milhões referentes ao impacto causado no mercado de trabalho por conta de abstenções e mortalidade prematura das mulheres diagnosticadas. Além do aspecto econômico, o levantamento mostra uma queda de produtividade na vida de milhares de mulheres em idade de atividade profissional.
Outro dado de destaque são as diferenças entre os setores público e privado para o tratamento de câncer de mama, refletindo as distinções nos protocolos de tratamento e nos recursos disponíveis nas respectivas redes de atendimento.  Enquanto os custos diretos para o setor público em São Paulo são estimados em R$269 milhões, no setor privado estão na ordem de R$592 milhões.
A pesquisa revela também que no setor público 63% das mulheres são diagnosticadas precocemente nos estágios 0, I ou II, enquanto no privado este número equivale a 80%.
O estudo traz também dados de benchmark com o fim de identificar boas práticas que possam ser estudadas e avaliadas. A Austrália foi escolhida por estar entre os dois países com as melhores taxas de sobrevivência após 5 anos e por guardar certas similaridades com Brasil. No país, a adesão ao programa nacional de rastreamento assintomático é de 56%, resultando em um declínio acentuado na mortalidade atribuível ao câncer de mama: de 19% em 1982 para 6,5% em 2016.
Segundo o Dr. Bruce Mann, Professor de Cirurgia da Universidade de Melbourne e Diretor do Breast Tumor Stream, se olharmos para as melhorias de sobrevida nos últimos 30 anos, as duas questões críticas são o diagnóstico precoce e melhor tratamento da equipe multidisciplinar, ambos trabalhando juntos para que o sistema ofereça melhores resultados.
Em São Paulo, cerca de um terço (33%) dos casos de câncer de mama no setor público são diagnosticados quando são considerados localmente avançados (estágio III) e 6% quando são metastáticos (estágio IV). Isto significa que o diagnóstico tardio corresponde a 39% dos casos na saúde pública. Comparativamente, os dados de 2011 correspondentes na Austrália são 13% (estágio III) e 5% (estágio IV). Esta diferença provavelmente seja um dos fatores explicativos para a disparidade na taxa de sobrevida após 5 anos nos dois países: cerca de 75% no Brasil e 90% na Austrália no período de 2010-2014.
O câncer de mama atinge majoritariamente mulheres que exercem alguma atividade profissional. Os custos associados à perda de produtividade, decorrente da incapacitação temporária das mulheres com a doença são substanciais e foram calculados considerando o absenteísmo estimado de acordo com o estágio do diagnóstico. No Brasil, somente em 2018, foram estimados em R$10 milhões. Estes impactos poderiam ser menores se mais mulheres fossem diagnosticadas em fase inicial recebessem apoio para retomar suas atividades profissionais.
“A mensagem econômica é clara: o câncer de mama afeta muitas mulheres em idade economicamente ativa e os custos de perda de produtividade são altos. Trazer essa informação à tona é importante para que as empresas possam se apropriar de seu papel na resolução deste desafio social e conceber iniciativas de acesso ao diagnóstico precoce, de acolhimento da mulher em tratamento e de apoio ao seu retorno ao ambiente de trabalho”, ressalta Daniela Grelin, diretora Executiva do Instituto Avon.
As políticas de triagem, que são imprescindíveis para o diagnóstico e tratamento do câncer de mama, são inconsistentes no Brasil e aplicadas de maneiras distintas nos diferentes municípios. Não não há sistemas para manter um registro de mulheres elegíveis ao rastreamento e que emita convites de rotina para a triagem no momento certo. Isso exigiria um investimento maior por parte das autoridades responsáveis e as decisões sobre se e como oferecer o rastreamento requerem um levantamento de benefícios e riscos associados.
Algumas evidências sugerem que a falta de equipamentos de mamografia não é o problema no Brasil. Ao analisar dados do SUS, o estudo constatou que 1.526 máquinas de mamografia estavam disponíveis em 2012. A capacidade desses aparelhos era de cerca de 7,74 milhões de exames por ano, pouco aquém dos 7,79 milhões de exames estimados necessários para atender as demandas da população. No entanto, o número total de mamografias realizadas naquele ano foi de pouco menos de 4 milhões.

 
O estudo completo está disponível no site http://www.eiu.com/graphics/marketing/pdf/eiu-healthcare-avon-breast-cancer-report-final.pdf

 
Sobre a pesquisa*: Foram utilizadas quatro abordagens principais para a realização dessa pesquisa: (i) revisão de literatura; (ii) descrição de duas referências de benchmark de boas práticas no tratamento do câncer de mama para comparação com o município de São Paulo: um nacional e outro internacional; (iii) entrevistas com experts em câncer de mama em São Paulo e nas regiões de referência; (iv) modelagem dos custos diretos e indiretos do câncer de mama no município de São Paulo.

 
                                                          SOBRE O INSTITUTO AVON

 
Há 16 anos, o Instituto Avon se dedica em salvar vidas e é por isso que sempre apoiou e desenvolveu ações que tenham em sua essência a premissa de superar dois dos principais desafios à plena realização da mulher: o combate ao câncer de mama e o enfrentamento das violências contra as mulheres e meninas. Ano após ano, o trabalho do instituto tem contado com parcerias importantes e a colaboração e dedicação de muitas pessoas e organizações para fazer com que, a cada dia, mais pessoas recebam informações sobre as causas e saibam como agir. Como braço de investimento social da Avon, empresa privada que investiu mais de 170 milhões em ações sociais voltadas às mulheres no Brasil, o Instituto já apoiou a realização de mais de 350 projetos e ações, beneficiando 5,7 milhões de mulheres.

 

                                                                       Câncer de Mama

Há 16 anos, desde a fundação, o Instituto desenvolve iniciativas que contribuem com a detecção precoce do câncer de mama. No total, foram investidos R$ 86 milhões para o desenvolvimento de 161 projetos e doação de 51 mamógrafos e 32 aparelhos de ultrassom. Por meio destas doações, mais de 2.3 milhões de mamografias e 471 mil ultrassonografias de mama foram realizadas e 38.5 mil diagnósticos positivos feitos.

 
                                         Sobre a The Economist Intelligence Unit (EIU)

Somos a divisão de pesquisa e análise do Grupo Economist, empresa irmã da revista The Economist. Criada em 1946, nós temos mais de 70 anos de experiência ajudando empresas, instituições financeiras e governos a entenderem como o mundo está mudando e como essas mudanças criam oportunidades a serem capturadas e riscos a serem gerenciados.  Uma empresa britânica, somos intensamente globais. Servimos clientes no mundo todo através de nossos 24 escritórios, nossos colaboradores falam mais de 25 idiomas e nós abraçamos distintas culturas com grande paixão.
Acreditamos que a utilização de metodologias de ponta e pessoal bem capacitados pode fornecer os melhores dados para conclusões e insights aprofundados. Nós alocamos muitos recursos na aquisição e checagem de nossos dados econômicos e de mercado. incluindo técnicas de pesquisa primária e trabalho de campo, quando necessário. Algumas de nossas metodologias, frameworks e ferramentas analíticas são quantitativas, enquanto outras são qualitativas. Mas todas são ferramentas de ponta. E nossos recursos humanos são especialistas com muita experiência em análises de países e indústrias, altamente qualificados para suportar suas tomadas de decisão.
Nós somos transparentes em nossos pontos de vista. Ao contrário de nossa empresa irmã, a revista The Economist, a maior parte de nosso trabalho é feito sob medida para nossos clientes e permanece confidencial. Mas nós compartilhamos a mesma paixão por independência e integridade. Nossos clientes trabalham com nós porque não temos medo de lhes dizer o que realmente pensamos. Nosso trabalho nunca é direcionado por agendas internas ou serve para suportar estratégias preconcebidas . Não temos interesse em qualquer recomendação específica - Não nos comprometemos a seguir o trabalho para ajudar os clientes a implementar estratégias ou planos de M&A. Nós apenas analisamos os fatos e apresentamos nossas conclusões. Acreditamos que nossos clientes possam executar melhores estratégias como resultado de nossos serviços.

 

 

2 comentários:

  1. O câncer de mama é terrível, minha avó teve :( Gostei de ver a Avon com instituto, todo apoio é fundamental.

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  2. Nossa! Gostei da iniciativa da Avon.
    Estão de parabéns!

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