
"Virtual tours" pode atingir até US$ 17,9 bilhões em 2035 e incorporadoras brasileiras encaram novo desafio para acompanhar a digitalização
O dado mais recente sobre o mercado global de tours virtuais revela um salto impressionante: crescimento anual composto (CAGR) de 27,9% entre 2024 e 2035, levando o setor a mais de US$ 17,8 bilhões em doze anos. A consultoria Allied Market Research afirma que o segmento de tours 3D é atualmente o que mais contribui para a receita da indústria.
Esse crescimento é alimentado por avanços em tecnologias de realidade virtual (RV), realidade aumentada (AR) e modelagem 3D, que tornaram possíveis experiências digitais imersivas, interativas e cada vez mais acessíveis. “Clientes podem percorrer imóveis em construção ou ainda na planta com precisão, decorar ambientes, simular circulações e ter noção realista do espaço”, afirma Daniel Bergoce, CTO e artista 3D da MetaOriginal
Para o setor imobiliário o impacto é profundo. A possibilidade de lançar um empreendimento e mostrá-lo virtualmente reduz a dependência de visitas físicas, amplia o alcance para compradores de outras cidades ou países e acelera a tomada de decisão. Isso pode reduzir prazos de vendas e minimizar riscos de estoque para incorporadoras.
Mas a transição não está isenta de desafios. A produção de maquetes 3D realistas exige tecnologia, equipe especializada e padronização de dados (planta, acabamentos, layouts). A adaptação cultural do mercado e a resistência de parte dos consumidores que preferem visitar fisicamente os imóveis também são barreiras a superar.
Mesmo assim, o momento é urgente. Com a expansão global dos tours virtuais, incorporadoras que demorarem a digitalizar seus processos correm o risco de ficar atrás da concorrência, especialmente aquelas com perfil internacional ou que operam em mercados mais competitivos. “ Tours virtuais tende a se tornar cada vez mais comum e, em médio prazo, pode deixar de ser diferencial para ser requisito básico nas vendas de imóveis”, finaliza Bergoce.
Os dados da pesquisa expõem a magnitude da transformação digital em curso no mercado imobiliário. Para incorporadoras e compradores o futuro que se desenha permite mais transparência, eficiência e alcance, mas dependente de adaptação, investimentos e transformação cultural. Quem perceber a urgência e agir agora tem chance de se posicionar à frente.
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