Crianças e tecnologia: os efeitos do excesso de telas no corpo e no movimento - Joana D'arc

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01 outubro 2025

Crianças e tecnologia: os efeitos do excesso de telas no corpo e no movimento

 


Nos últimos anos, a tecnologia passou a ocupar um espaço cada vez maior na rotina das crianças. Tablets, celulares e videogames ganharam protagonismo, muitas vezes substituindo as brincadeiras ao ar livre e os movimentos livres do corpo. Se por um lado as telas podem ser ferramentas de aprendizado e entretenimento, por outro, o uso excessivo traz impactos diretos na saúde física e no desenvolvimento motor.

O sedentarismo infantil já é uma preocupação global, e o tempo prolongado diante das telas agrava o problema. Crianças que passam longos períodos sentadas, olhando para baixo e em posições inadequadas podem apresentar alterações posturais, como ombros projetados para frente, encurtamentos musculares e até a chamada “síndrome do pescoço de texto”. Além disso, a falta de movimento reduz oportunidades importantes para fortalecer músculos, melhorar a coordenação e desenvolver habilidades motoras que serão fundamentais na vida adulta.

Segundo Dra. Lígia Conte, Fisioterapeuta Infantil, o corpo da criança precisa de movimento constante para crescer de forma saudável. “Quando ela passa horas no celular ou no tablet, deixa de explorar seu próprio corpo e o ambiente, o que pode trazer prejuízos não apenas para a postura, mas também para a coordenação, o equilíbrio e até para a socialização”, alerta.

Para equilibrar os efeitos do sedentarismo, pequenas pausas ativas podem ser inseridas na rotina. Exercícios simples e lúdicos fazem diferença: brincar de andar como caranguejo ou como urso fortalece a musculatura global e estimula a coordenação; circuitos improvisados com almofadas trabalham o equilíbrio e a agilidade; alongamentos para o pescoço e movimentos que ativam a região das costas, como o “super-herói”, ajudam a melhorar a postura.

Mais do que restringir totalmente o uso das telas, a recomendação é buscar equilíbrio. Cabe aos pais e cuidadores incentivar pausas frequentes, promover brincadeiras ativas e observar sinais de dificuldades motoras ou posturais. “Não se trata de demonizar o uso da tecnologia, mas de garantir que haja tempo e espaço para que a criança se movimente, explore e descubra o mundo com o corpo em ação”, reforça Dra. Lígia Conte.

O recado é claro: se houver mudanças na postura, na coordenação ou até na disposição da criança para brincar, é importante buscar orientação profissional. O desenvolvimento infantil é construído em cada movimento — e o corpo, quando estimulado, se torna a base para um crescimento pleno e saudável.

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