Clube do Livro “Meu Corpo Sou Eu” propõe ler o mundo pelo corpo e anuncia nova edição com Eu só cabia nas palavras, de Rafaela Ferreira - Joana D'arc

Destaque

14 outubro 2025

Clube do Livro “Meu Corpo Sou Eu” propõe ler o mundo pelo corpo e anuncia nova edição com Eu só cabia nas palavras, de Rafaela Ferreira

Com curadoria de Jéssica Balbino e Néli Simioni, o “Meu Corpo Sou Eu” consolida um viés inédito no cenário dos clubes de leitura ao colocar corpos dissidentes no centro da literatura


Clube do Livro “Meu Corpo Sou Eu” nasceu da convicção de que ler também é uma forma de habitar o mundo, inclusive com os corpos que escapam das normas. Mais do que um clube tradicional, é um espaço afetivo e engajado que reúne, a cada ciclo, mulheres, pessoas não binárias e corpos dissidentes para conversar sobre literatura que toca pele, gênero, marginalidades e identidade.


Criado e mediado pelas jornalistas e escritoras Jéssica Balbino e Néli Simioni, o clube tem se consolidado como um ponto de encontro entre leitura crítica e experiência vivida, propondo debates que atravessam corpo, escrita e representatividade. Cada ciclo elege obras contemporâneas de autoras brasileiras, muitas publicadas por editoras independentes, para provocar reflexões que vão além das páginas e reverberam no cotidiano dos participantes.


Mais do que um espaço de leitura, o “Meu Corpo Sou Eu” tem se tornado um movimento de circulação de ideias, afetos e corpos na literatura contemporânea. A cada encontro, pessoas de diferentes estados participam, muitas delas pela primeira vez em clubes de leitura, construindo uma comunidade leitora que lê com o corpo, pela escuta e com afeto.


Corpos como eixo de leitura

Na primeira edição, as leituras foram pensadas para colocar o corpo no centro da literatura contemporânea. A filósofa Valeska Zanello inaugurou o ciclo com reflexões sobre saúde mental e patriarcado. Em seguida, Mariana Salomão Carrara, autora de Se Deus me Chamar não Vou, trouxe sua prosa íntima e afiada sobre dor e desejo.


A ativista Malu Jimenez, de Lute como uma Gorda, deslocou o olhar para a perspectiva gorda e feminista, propondo a literatura como ferramenta de resistência e afirmação de corpos historicamente apagados.


A escritora Rafaela Ferreiraparticipou de diálogos sobre juventude, redes sociais e escrita como abrigo — temas que ressoam fortemente entre leitoras e leitores jovens.


Para os próximos meses, o clube amplia seu repertório com Carmen Maria Machado, autora de O corpo dela e outras farras (novembro), e encerra o ano com Porca Gorda, autoficção radical de Jéssica Balbino (dezembro).


Encontro de outubro — Eu só cabia nas palavras, de Rafaela Ferreira

A próxima edição, marcada para 15 de outubro (quarta-feira), das 19h30 às 21h30, será dedicada ao romance juvenil Eu só cabia nas palavras (HarperCollins, 2023).


A obra acompanha Giovana, uma adolescente gorda que enfrenta a gordofobia e a invisibilidade afetiva na escola, nas redes e na intimidade. A escrita se torna seu território de resistência, expressão e pertencimento.

Com linguagem envolvente e densidade emocional, Rafaela Ferreira aborda temas como pressão estética, adolescência, desejo e amizade, fugindo de caricaturas e moralismos.


Sua narrativa articula o universo digital à construção de identidade, captando com precisão as tensões entre visibilidade e vulnerabilidade. Ao fazer isso, abre espaço para corpos gordos na literatura juvenil não como exceções, mas como protagonistas de histórias de afeto e potência.



O encontro é online , com inscrições pelo Sympla:


 https://www.sympla.com.br/evento-online/clube-do-livro-meu-corpo-sou-eu--ciclo-2-eu-so-cabia-nas-palavras/3126610






Nenhum comentário:

Postar um comentário