
A casa na colina sempre foi evitada pelos moradores da pequena cidade. Diziam que ela estava amaldiçoada, mas o jovem Lucas, um cético decidido a provar que tudo não passava de superstição, decidiu passar uma noite lá.
Ele chegou à casa ao entardecer, com uma lanterna e uma câmera. A estrutura estava em ruínas, com janelas quebradas e portas penduradas. Lucas riu, pensando em como os boatos eram exagerados.
Enquanto explorava os cômodos empoeirados, notou algo estranho. O silêncio era profundo, mas, de vez em quando, ele ouvia um sussurro indistinto, como se alguém estivesse conversando em uma língua desconhecida. Ele tentou ignorar e continuou filmando.
À medida que a noite avançava, o sussurro se tornava mais claro, mas ainda incompreensível. Lucas decidiu gravar o áudio com o seu celular. Quando ouviu a gravação, seu rosto empalideceu. Não havia palavras inteligíveis, mas uma voz parecia murmurar seu nome repetidamente: “Lucas... Lucas...”
Desconcertado, ele decidiu investigar o sótão, a parte da casa que sempre fora o centro das histórias mais sombrias. Subiu a escada rangente e encontrou uma pequena porta escondida. A coragem lhe faltou por um momento, mas ele a abriu com a mão trêmula.
O sótão estava vazio, exceto por uma caixa velha no canto. Lucas se aproximou e a abriu. Dentro, havia uma coleção de bonecas antigas, todas com expressões perturbadoras e olhos que pareciam segui-lo. Ele retirou uma das bonecas e, ao examinar melhor, notou algo ainda mais assustador: um pedaço de papel amassado com seu nome escrito em letras tremulas.
Uma súbita sensação de frio percorreu sua espinha. Ele sentiu que estava sendo observado. O sussurro agora estava claro e definido, como uma multidão de vozes murmurando em pânico.
De repente, uma das bonecas se mexeu sozinha, com seus olhos fixos em Lucas. O sussurro aumentou em intensidade, tornando-se um grito ensurdecedor de desesperos. Lucas, apavorado, correu para a porta, mas ela estava trancada por dentro. Ele tentou abrir a porta com todas as suas forças, enquanto as vozes se tornavam cada vez mais frenéticas.
O grito das bonecas cessou abruptamente. Em um momento de silêncio absoluto, Lucas ouviu uma voz clara e profunda, vindo de todos os lados ao mesmo tempo: “Você nunca deveria ter vindo aqui.”
Lucas finalmente conseguiu abrir a porta e desceu correndo as escadas. Ao sair da casa, ele olhou para trás e viu as luzes das janelas piscando como se estivessem acenando para ele. Ele não parou até chegar ao carro, e, sem olhar para trás, dirigiu-se rapidamente de volta à cidade.
Quando chegou em casa, percebeu que o áudio da gravação tinha desaparecido, assim como as imagens da câmera. Em vez disso, havia uma única foto, tirada automaticamente, com uma mensagem escrita em letras vermelhas: “Bem-vindo de volta, Lucas.”
Ele nunca mais foi visto. A casa continua lá, silenciosa e assombrada, à espera de sua próxima vítima. E dizem que, se você passar por lá à noite, pode ouvir sussurros que pedem para você não entrar... como um aviso para aqueles que têm a mesma curiosidade que Lucas.
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