Dia Mundial da Tireoide, mitos e verdades esclarecidos por endocrinologista - Joana D'arc

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03 maio 2023

Dia Mundial da Tireoide, mitos e verdades esclarecidos por endocrinologista

A tireoide é uma glândula de cerca de 20 gramas em forma de borboleta com as asas abertas, localizada na parte inferior do pescoço, ao lado da traqueia e quase colada à artéria carótida. Dra. Tassiane Alvarenga Endocrinologista e Metabologista pela SBEM explica que a Tireoide tem um poder desproporcional a seu tamanho -- ela é importantíssima para o funcionamento harmônico do organismo.


Dados da SBCCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço) indicam que o câncer na tireoide é o quinto mais comum entre mulheres e deve se tornar o terceiro mais incidente até 2030, atrás apenas de tumores de mamas e de ovários. Embora menos comum em homens, pode sim ocorrer e as chances de o nódulo ser maligno são maiores.


Dra. Tassiane explica que a vigilância ativa e exames periódicos são primordiais para prevenção de doenças da tireoide.


A seguir a médica esclarece 11 mitos e verdades


1-Hipotireoidismo engorda.

Mito: Embora o ganho de peso seja uma das manifestações clínicas do hipotireoidismo, existem muitas pessoas portadores da disfunção da tireoide que não apresentam esta queixa. Quando ocorre, o ganho de peso é pequeno, de cerca de 2Kg, e o tratamento reverte totalmente este efeito do hipotireoidismo.


2- Hipotireoidismo causa depressão.

Verdade: Metade dos pacientes com hipotireoidismo apresentam sintomas depressivos e até mesmo depressão, e um terço dos pacientes com depressão têm hipotireoidismo. Os hormônios tireoidianos agem nos sistemas noradrenérgico e serotoninérgico que são importantes para o humor, assim como em várias áreas do cérebro, sendo importante para memória, raciocínio, libido, sono-vigília, entre outros. Portanto pessoas com hipotireoidismo devem ser avaliados quanto à alteração de humor e quem sofre com depressão deve ter a função tireoidiana avaliada.


3-Hipotireoidismo faz perder cabelos.

Verdade: Tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem ser causas de queda de cabelo. Estas alterações da tireoide podem ser diagnosticadas através de exames laboratoriais. O tratamento correto das doenças da tireoide pode corrigir a perda capilar.


4-Hipotireoidismo atrasa o metabolismo.

Verdade: Pessoas com hipotireoidismo sofrem a redução da sua atividade metabólica. Sendo assim, o organismo gasta menos energia, além de reter mais sal e água, provocando o inchaço.


5-Todo nódulo de tireoide é câncer.

Mito: O principal sinal do câncer de tireoide é um caroço (nódulo) na tireoide, porém em boa parte dos casos, esse tumor não apresenta qualquer sintoma. É comum o médico descobrir o nódulo durante um exame físico de rotina. O diagnóstico do câncer de tireoide é feito com uma biópsia do nódulo de tireoide ou após sua remoção por cirurgia. Mas, a maioria dos nódulos é benigna. Estima-se que 60% da população brasileira tenham nódulos na tireoide em algum momento da vida, sendo que a maioria dos nódulos é benigna.


6- Hipotireoidismo só surge em mulheres.

Mito: O hipotireoidismo atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as idades. Porém, certos grupos são mais vulneráveis:

-- Mulheres, especialmente acima dos 40 anos.

-- Pacientes previamente submetidos a rádio ou iodoterapia.

-- Pessoas que já tiveram problemas de tireoide.

-- Usuários de lítio ou amiodarona.

-- Homens acima dos 65 anos.

-- Pessoas com histórico familiar de doença autoimune.


7-Hipotireoidismo pode interferir na função sexual.

Verdade: A doença não tratada pode causar diminuição da libido, impotência e diminuir a fertilidade.


8-É possível controlar o hipotireoidismo com alimentação.

Mito: Pacientes com hipotireoidismo podem se beneficiar de uma dieta mais específica para a redução de sintomas comuns à doença como inchaço, fadiga, enfraquecimento de unhas e cabelos, ao mesmo tempo em que ajuda na redução ou manutenção do peso. Porém, nenhum alimento, suplemento alimentar nem qualquer
fórmula é capaz de substituir o tratamento clínico da doença.


9-Tomar hormônio tireoidiano é bom para emagrecer.

Mito: Não. É absolutamente contraindicado e perigoso para a saúde o uso do hormônio tireoidiano sem o diagnóstico de hipotireoidismo. O excesso de hormônios acelera a reabsorção do cálcio do osso, o que leva ao enfraquecimento do esqueleto, além de arritmias cardíacas que eventualmente podem ser até fatais.


10-Todo nódulo na tireoide precisa ser operado.

Mito: A maior parte dessas alterações é benigna, logo, não precisam ser removidas. Porém, caso o médico suspeite de um câncer, a cirurgia pode ser indicada.


11- É importante fazer ultrassom uma vez por ano para ter o diagnóstico de câncer de tireoide.

Mito: O exame é bastante sensível e, por isso, acaba rastreando até mesmo os nódulos que não são malignos e, com isso, pode levar a preocupações desnecessárias. O melhor teste para diagnosticar disfunções tireoidianas é a dosagem de TSH, feita a partir do sangue e que deve ser colhido pela manhã.


Dra. Tassiane Alvarenga -- ENDOCRINOLOGISTA E METABOLOGISTA

  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia -- UFU;
  • Residência Médica em Clínica Médica pela Universidade Federal de São Paulo -- UNIFESP;
  • Residência Médica em Endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FM USP);
  • Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia- SBEM;
  • Membro da Endocrine Society, SBEM e ABESO;
  • Faz parte do Corpo Clínico da Santa Casa de Misericórdia de Passos.
  • Sobrepeso e Obesidade. Compulsão Alimentar e Ansiedade;
  • Obesidade Infantil;
  • Diabetes Mellitus e Pré Diabetes: Controle da glicemia e prevenção de complicações como Retinopatia, Neuropatia , Nefropatia , Infarto do Miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • Dislipidemias ( Colesterol);
  • Doenças da tireoide ( Hipo e Hipertireoidismo, Nódulos na Tireóide);
  • Osteopenia e Osteoporose;
  • Seguimento pré e pós-operatórios de cirurgia bariátrica;
  • Check-up e Avaliação de rotina;
  • Baixa Estatura;
  • Distúrbios da Menstruação, Distúrbios da Puberdade, Crescimento e Desenvolvimento sexual;
  • Síndrome dos Ovários Policísticos;
  • Reposição hormonal na Menopausa e Andropausa.

 

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