A volta às aulas para o segundo semestre letivo coincide com o auge das doenças respiratórias no Brasil. Gripe, rinite, sinusite, rouquidão e ronco se tornam queixas recorrentes nas primeiras semanas de agosto, segundo o médico otorrinolaringologista Dr. Bruno Borges de Carvalho Barros, de São Paulo. Ele explica como diferenciar os quadros, quando procurar ajuda médica e quais estratégias simples podem ajudar a proteger as crianças nesse período crítico.
“Chamamos de ‘combo de inverno’ o aumento simultâneo de casos de rinite, sinusite e viroses respiratórias. O problema é que os sintomas muitas vezes se sobrepõem, o que dificulta o diagnóstico e pode atrasar o tratamento adequado”, afirma o especialista.
Gripe, rinite ou sinusite?
A gripe costuma ter febre, dores no corpo, mal-estar e evolução rápida. Já a rinite se manifesta com espirros, coriza clara, coceira no nariz e olhos — sem febre. A sinusite pode surgir como complicação e é marcada por dor de cabeça, secreção espessa e sensação de pressão facial.
“Nem toda secreção nasal precisa de antibiótico. Mas quando a febre persiste por mais de três dias ou há dor facial e secreção purulenta, é hora de procurar o médico”, orienta Dr. Bruno.
Sono bagunçado e ronco
Após semanas com rotina desregulada nas férias, muitas crianças voltam às aulas com o sono comprometido — o que pode agravar problemas respiratórios e afetar o rendimento escolar e o médico conta que isso tem explicação: “Privação de sono e respiração bucal durante a noite levam à fadiga diurna, dificuldade de concentração e até alterações comportamentais. O ronco constante, especialmente se acompanhado de pausas respiratórias, não é normal e precisa ser investigado”, alerta o otorrino.
Rinite reativada com o ambiente escolar
As salas de aula que ficaram fechadas ou as que possuem pouca ventilação, carpetes, cortinas e até os uniforme de inverno guardados por muito tempo podem ser gatilhos para crises alérgicas. “Manter os ambientes limpos, arejados e sem acúmulo de pó ajudam na prevenção da rinite alérgica que envolve também o uso correto de medicações e o acompanhamento médico regular”, orienta Dr. Bruno.
Clima seco: o vilão da saúde nasal e auditiva
O ar seco típico do inverno resseca as mucosas do nariz, garganta e até o ouvido, favorecendo infecções e sangramentos. “Manter a boa hidratação, usar umidificadores com moderação, lavar o nariz com soro fisiológico e evitar exposição a ambientes com fumaça ou ar-condicionado muito frio são cuidados essenciais nessa época”, recomenda o especialista.
O médico afirma ainda que alguns sinais merecem atenção como: Febre prolongada, ronco persistente, secreção nasal espessa por mais de 10 dias, dor de ouvido e perda de audição temporária. “O tratamento correto, feito na hora certa, evita que quadros simples evoluam para infecções mais graves e ajuda a criança a voltar à rotina escolar com saúde e segurança”, finaliza o médico.
FONTE:
Bruno Borges de Carvalho Barros
Médico otorrinolaringologista pela UNIFESP Professor Medcel Pós-graduação pela UNIFESP. Especialista em otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e cirurgia cervico-facial. Mestre e fellow pela Universidade Federal de São Paulo.
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