Especialista explica as causas e como acolher os despertares frequentes sem culpa
Despertares noturnos repentinos, choros mais frequentes e dificuldades para dormir que parecem surgir “do nada” são queixas comuns de pais e mães de bebês entre 4 meses e 2 anos. Apesar de assustar os adultos, esse fenômeno é natural e esperado em determinadas fases da infância. Trata-se da chamada regressão do sono, geralmente associada aos saltos de desenvolvimento.
De acordo com a Dra. Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra, consultora internacional de lactação (IBCLC L-304362), consultora do sono materno-infantil pelo International Parenting and Health Institute e educadora parental pela Positive Discipline Association, a regressão do sono é uma resposta fisiológica do corpo do bebê às mudanças neurológicas e cognitivas que ele está vivenciando.
“Cada salto de desenvolvimento representa uma grande transformação no cérebro do bebê. Isso pode impactar diretamente o padrão de sono, já que ele está assimilando novas habilidades, sensações e estímulos”, explica a especialista.
“Não é uma 'regressão' no sentido negativo, mas sim uma adaptação natural do organismo a algo novo que está sendo aprendido.”
Entre os sinais mais comuns estão: aumento na frequência dos despertares, dificuldade para adormecer, sonecas mais curtas e maior irritabilidade. Essas mudanças geralmente coincidem com períodos como os 4, 8, 12 e 18 meses de vida — fases intensas de aprendizagem, como rolar, engatinhar, andar ou desenvolver a linguagem.
“O bebê não está ‘com manha’ ou ‘viciado no colo’. Ele está em processo de maturação. Entender isso ajuda a reduzir a ansiedade dos pais e favorece um ambiente mais acolhedor para atravessar essa fase”, afirma Cinthia.
A recomendação da especialista é oferecer previsibilidade e segurança ao bebê, com rotinas de sono consistentes e muito contato físico. Para os cuidadores, ela reforça a importância do autocuidado e da busca por rede de apoio.
“Cuidar do sono do bebê é também cuidar da saúde mental da família. O primeiro passo é acolher a fase, com a consciência de que ela é temporária — e que o bebê não precisa ser 'consertado', apenas compreendido”, finaliza.
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