Se a cota estiver sem inadimplências ou pendências, maior o interesse na hora da negociação
Pouco conhecido por grande parte dos brasileiros, o mercado de cartas contempladas pode transformar uma simples cota em dinheiro, através da venda para terceiros. Esse é um meio legal e vantajoso para quem já foi sorteado, mas desistiu do bem ou mudou de planos. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), no primeiro bimestre do ano, as vendas de cotas avançaram 25,9%, enquanto os créditos contratados cresceram 39,9%.
O que é uma carta contemplada?
A carta de crédito no consórcio é o valor que o participante recebe para adquirir um bem, seja ele um carro, imóvel ou moto. Isso acontece por meio de sorteio ou lance, que nada mais é do que uma oferta financeira que o consorciado faz para tentar ser contemplado antes do sorteio. Funciona como um “leilão”, em que vence quem oferece o maior valor, respeitando as regras da administradora. Mas quando o consorciado ganha o direito de compra, muitos preferem não usar.
O especialista Cléber Gomes, CEO e sócio- fundador da Maestria, empresa especializada em consórcio e produtos financeiros, explica que é nesse cenário que entra o mercado secundário: pessoas e empresas que compram cartas já contempladas para escapar da burocracia ou da espera dos consórcios tradicionais.
"Com o aumento das taxas de juros e o crédito bancário mais caro, as cartas contempladas passaram a ser vistas como uma alternativa mais rápida e econômica. Quem compra evita a espera, e quem vende, geralmente recupera o valor já pago e muitas vezes com grandes lucros, especialmente se for no início, se a carta for alta ou se já estiver com parcelas adiantadas", explica o CEO de Maestria.
Como funciona a venda?
A transação deve ser feita com a anuência da administradora do consórcio, que precisa aprovar o novo comprador. É possível anunciar a carta em plataformas especializadas, sites de classificados ou contar com empresas que intermediam a negociação. Se a cota estiver sem inadimplências ou pendências, maior o interesse.
"Isso depende de vários fatores: tipo de consórcio, valor da carta, número de parcelas pagas e a reputação da administradora também conta. Embora seja legalizada, existem diversos golpes no mercado e empresas que atuam sem transparência. O ideal é buscar canais confiáveis, consultar o CNPJ da administradora, exigir contrato formal e checar a regularidade da cota", destaca.
A ABAC também alerta que consórcios não podem ser vendidos como “investimentos de retorno garantido”. Desconfie de promessas desse tipo.
Apesar do potencial, o mercado de cartas contempladas ainda é pouco conhecido e muitos consorciados contemplados nem consideram a venda como alternativa viável. “Com um maior acesso à informação, as pessoas começam a entender que consórcio também pode ser um ativo negociável e não apenas um meio para adquirir um bem”, disse o CEO de Maestria.
Sobre a Maestria
Empresa especializada em consórcio e produtos financeiros no B2B há 11 anos, com mais de R$10 bilhões em vendas no mercado. A Maestria oferece um ecossistema de soluções, com um hub completo, incluindo consultoria estratégica, treinamentos, soluções financeiras, marketing e networking exclusivo. Para 2025, a meta da empresa é chegar em R$12 milhões de faturamento e atingir R$ 2 bilhões em vendas de consórcios.
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