Obras “Desproporção Áurea” e “Iyemejiade” de Diogo Nógue
O artista negro, professor, escritor e poeta periférico Diogo Nógue leva para a Bienal Black Brazil Art uma série de obras que reflete sobre como a história da arte branca e eurocêntrica vai desumaniza as pessoas negras.
Por meio da pintura e do desenho, o artista traz símbolos de diversas culturas africanas e figuras humanas construídos em camadas marcadas pelas cores, borrões, apagamentos e manchas. Com essa mistura de linguagens no corpo da pintura, o artista busca afrontar à ordem e composição formal, discutindo a ferida aberta colonial.
O próprio nome das obras faz comentários sobre arte eurocêntrica, como é visto em “Desproporção áurea”, que brinca com a “Proporção Áurea”, a chamada “proporção perfeita”, que posteriormente é apropriada por alguns segmentos das pseudo-ciências racistas. Ao todo, são 5 obras expostas.
O artista tem diversos trabalhados inspirados no afro-surealismo, nas subjetividades do homem negro e demais questões que compõe a arte afro-diaspórica.
Diogo Nógue participou da residência on-line “RAVC-2” que antecedeu a Bienal, se tornando um dos artistas convidados para a mostra. Ele também recebeu um prêmio com a pintura “Corpo Encanto - Série Quem Matou Basquiat?” de 2022, que passa a fazer parte do acervo itinerante do Instituto Black Brazil Art.
Sobre Bienal Black
A Bienal Black reúne mais de 200 artistas negros em diversos espaços culturais e museus do Rio de Janeiro até o dia 08/06.A 3ª Bienal Black, com o tema "Fluxos (in) Fluxo: Transitoriedade, Migração e Memória", busca explorar e destacar a relação entre as experiências contemporâneas de migração e as práticas artísticas do pensamento crítico decolonial como papel central. Essa edição da bienal pretende gerar discussões e reflexões sobre como a mobilidade e a transitoriedade moldam as identidades culturais, as histórias pessoais e as trajetórias de vida dos indivíduos, comunidades que constituem uma poderosa práticas relacionada com o senso de lugar, deslocamento e pertencimento, levantando questões importantes que precisam ser abordadas com urgência como as desigualdades sistêmicas de gênero e das identidades em fluxos.
Serviço: Série “Quem Matou Basquiat” de Diogo Nogué na Bienal Black
Onde: Espaço Cultural Correios Niterói
Rua Visconde de Rio Branco, 481
Gratuito
Sobre Diogo Nógue
Natural de Suzano (SP), Diogo Nógue é artista negro, professor, escritor e poeta periférico. Formado como Artista Visual pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, desde o início da carreira participa de mostras coletivas e individuais em centros culturais e galerias, investigando diferentes linguagens, como pintura e desenhos, com forte influência da literatura em seus trabalhos.
Já participou de mais de 10 exposições pela cidade de São Paulo, com destaque para a “Mãos: 35 anos da mão afro-brasileira” no MAM São Paulo. Também já realizou exposições individuais como “Meu corpo que te abriga” (2022), no Centro de Formação de Professores Clarice Lispector, em Santo André (SP) e “O Que Nunca Vão Apagar, na Casa de Cultura Raul Seixas São Paulo-SP.
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