Setembro Amarelo: “Amor de Alecrim” e a saúde mental da mulher 50+: literatura como espaço de acolhimento e reflexão

Romance “Amor de Alecrim” continua a história de Amanda, protagonista de "Amor de Manjericão", e aborda temas como menopausa e independência emocional   A campanha do Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio e promoção da saúde mental, encontra ressonância no novo romance de Ana Paula Couto, Amor de Alecrim. A obra aborda de forma sensível os desafios da maturidade feminina — menopausa, crise conjugal, aposentadoria, dilemas da maternidade e a busca por novos sentidos de vida. A protagonista Amanda, aos 50 anos, enfrenta a solidão, a invisibilidade e o impacto emocional do etarismo. Ao narrar sua reinvenção, a autora abre espaço para refletir sobre como mulheres dessa faixa etária lidam com perdas, transformações do corpo e expectativas sociais que muitas vezes as silenciam. “Quis retratar uma fase pouco explorada na literatura: a maturidade cheia de dúvidas, mas também de possibilidades”, afirma Ana. Para a escritora, dar visibilidade a protagonistas com rugas e histórias é também um ato de resistência. “Nossas protagonistas são raras: mulheres reais, que não se resumem a estereótipos”, defende. O romance, em tom confessional e acessível, propõe acolhimento e identificação. “Recebi mensagens de mulheres dizendo: ‘Isso aconteceu comigo!’. Percebi que havia tocado em feridas e alegrias coletivas”, conta a autora, reforçando a importância da literatura como ferramenta de conexão e apoio emocional. Além do lirismo e humor, Amor de Alecrim traz elementos lúdicos, como a presença de uma curandeira especialista em chás — metáfora para os caminhos que percorremos em busca de respostas. A fusão entre realismo e fantasia torna a narrativa não só envolvente, mas também um convite à reflexão sobre a importância da saúde mental e da valorização das mulheres acima dos 50 anos. Sobre a autora Ana Paula Couto nasceu em Nova Friburgo (RJ), onde ainda reside. Professora de Língua Inglesa há mais de duas décadas, estreou na literatura em 2021 em antologias, lançou o romance Amor de Manjericão (2022) e os e-books Conto Comigo e Vida Crônica. Participou de eventos como Flip e Bienais do Livro. Amor de Alecrim é seu segundo romance. “Escrevo para mulheres que, como eu, descobriram na maturidade o direito de ser imperfeitas e felizes.”