“Nós entre três”: estreia de Monique dos Anjos na Flip 2025 traz literatura erótica decolonial centrada em desejo, corpo e subjetividade - Joana D'arc

Destaque

23 julho 2025

“Nós entre três”: estreia de Monique dos Anjos na Flip 2025 traz literatura erótica decolonial centrada em desejo, corpo e subjetividade


Obra será lançada na mesa “Ocupação vulva negra”, no sábado, 2 de agosto, às 18h, na Casa Poéticas Negras


Como escrever sobre o prazer das mulheres sem romantização, sem moralismo, sem colonização? Em seu livro de estreia, a jornalista, escritora e consultora em diversidade Monique dos Anjos  (@moniquequedisse) aposta em uma literatura erótica que coloca o gozo — e não apenas o sexo — no centro da narrativa. 


Publicado pela Editora Telha, Nós entre três (2025, 124 págs.) reúne catorze contos que encaram o desejo como um direito, e o corpo como território de subversão, fricção e memória. O livro conta com prefácio de Caroline Amanda, cientista social, psicanalista e especialista em saúde íntima, reprodutiva e sexual, além de fundadora da Yoni das Pretas, e comentários de contracapa de Mayumi Sato, pesquisadora de sexualidade que lidera a maior rede social de sexo do Brasil.


A obra será lançada na 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no sábado, 2 de agosto, às 18h, na Casa Poéticas Negras, durante a mesa “Ocupação vulva negra”, ao lado das autoras Yasmin Morais e Odalita Alves, com mediação de Noelia Miranda.


Com linguagem sensível e direta, Monique explora o erótico como espaço de liberdade — especialmente para mulheres negras, retintas, mães, maduras, inseguras, vaidosas, complexas. “Quero que mulheres saibam que o acesso ao prazer — e, sobretudo, ao gozo — é um direito que nos foi negado”, afirma. “Escrevo porque preciso me ler. Porque durante tempo demais fomos reduzidas a corpos servis, objetos ou ausências. Quero escrever sobre cheiro, sobre suor, sobre o que acontece depois da primeira transa. Quero escrever sobre mulheres como eu.”


Nós entre três recusa a lógica eurocentrada do casal perfeito e constrói enredos em que o sexo é suado, ambíguo, às vezes engraçado, às vezes brutal. As personagens erram, gozam, desistem, voltam, se expõem — tudo nos seus próprios termos. A obra provoca tanto quanto acolhe: questiona as estruturas de desejo e, ao mesmo tempo, convida a olhar para o corpo como espaço de presença.


Monique dos Anjos é jornalista, escritora e mestre em Divulgação Científica e Cultural pela Unicamp. Nasceu na periferia de São Paulo e hoje vive no interior paulista. Já morou no Panamá, Canadá, Alemanha e países da Europa. Atua com consultoria de diversidade e já colaborou com organizações como Hospital Albert Einstein, Cushman & Wakefield , Sesi Senai Goiás, Fundo Agbara e Nação Valquírias (onde também é mentora de mulheres negras). Realiza palestras e oficinas de educação antirracista em escolas da região de Campinas.


Suas referências misturam teoria e pele: Audre Lorde, Lélia Gonzalez, Neusa Santos Souza, Grada Kilomba, Conceição Evaristo, e também vozes que falam abertamente sobre sexo, como Amanda Carolina (Yoni das Pretas), Carmen Faustino, Mariah Prado (Share Your Sex), Mayumi Sato, Sofia Menegon, Lais Conter.


AGENDA

Lançamento de “Nós entre três” na Flip 2025

Mesa: Ocupação vulva negra

Onde: Casa Poéticas Negras – Paraty (RJ)

Quando: Sábado, 2 de agosto

Horário: 18h

Com: Monique dos Anjos, Yasmin Morais e Odalita Alves

Mediação: Noelia Miranda




Nenhum comentário:

Postar um comentário