Você culpa o metabolismo lento pelo ganho de peso? Está na hora de entender o que realmente interfere na queima de calorias e como acelerar o processo de forma inteligente e segura.
Expressões como “meu metabolismo é travado” ou “não consigo emagrecer porque meu corpo é lento” já viraram quase um mantra entre quem luta contra a balança. Mas o que essas frases escondem é algo mais profundo: a falta de informação sobre o funcionamento real do nosso corpo e o quanto ele pode ser regulado, reprogramado e revitalizado com os estímulos certos.
Para o médico nutrólogo Dr. Arthur Victor de Carvalho, especialista em menopausa, lipedema e modulação hormonal, reativar o metabolismo não tem nada a ver com truques ou suplementos milagrosos. “Metabolismo é como uma engrenagem: se você alimenta, fortalece e respeita o ritmo natural do corpo, ele responde. Mas se você priva, desregula e força, ele trava”, afirma.
Afinal, o que é metabolismo?
É o conjunto de reações químicas que transformam os alimentos em energia para manter o corpo funcionando desde respirar até raciocinar.
Ele é composto basicamente por três pilares:
- Taxa metabólica basal (TMB): é o gasto calórico do corpo em repouso, para manter funções vitais como batimentos cardíacos, respiração e temperatura.
- Efeito térmico dos alimentos: é o gasto energético do processo de digestão e absorção dos nutrientes.
- Atividade física: que inclui tanto os exercícios quanto os movimentos do dia a dia (levantar, andar, gesticular, etc.).
Por que o metabolismo desacelera?
A partir dos 30 anos, o metabolismo tende a diminuir naturalmente, principalmente por conta da perda gradual de massa muscular. Outros fatores que contribuem para essa desaceleração incluem:
- Alimentação pobre em nutrientes
- Sono irregular
- Estresse crônico
- Sedentarismo
- Desequilíbrios hormonais (como problemas na tireoide, baixa testosterona, resistência à insulina e alterações no estrogênio e cortisol)
Além disso, dietas restritivas demais especialmente aquelas com corte extremo de calorias ou nutrientes, reduzem ainda mais a taxa metabólica como forma de proteção do organismo, o chamado “modo econômico”.
Os maiores mitos sobre metabolismo
“Nasci com metabolismo lento, não tem o que fazer.”
Genética influencia, sim, mas o estilo de vida tem um peso muito maior. A boa notícia: metabolismo é treinável.
“Termogênicos e pimentas aceleram o metabolismo.”
O efeito é mínimo e passageiro. Nenhum alimento, isoladamente, faz milagre.
“Para acelerar o metabolismo, basta comer de 3 em 3 horas.”
A frequência das refeições é menos importante do que a qualidade e a composição nutricional de cada uma delas.
O que realmente funciona para reativar o metabolismo
1. Ganhar massa muscular
Músculo é tecido metabolicamente ativo. Quanto mais massa magra, mais calorias você queima mesmo parado. Por isso, musculação e treinos resistidos são fundamentais para acelerar o metabolismo de forma sustentável.
2. Comer de forma estratégica
Dieta pobre em proteína é inimiga do metabolismo. Apostar em proteínas magras, boas fontes de gordura, carboidratos complexos e fibras ajuda o corpo a queimar melhor a energia e manter a saciedade.
3. Dormir bem
O sono regula hormônios como leptina (saciedade), grelina (fome), cortisol (estresse) e insulina (açúcar). Dormir pouco ou mal desregula tudo.
4. Controlar o estresse
Estresse crônico eleva o cortisol, favorece o acúmulo de gordura abdominal e desacelera o metabolismo.
5. Corrigir desequilíbrios hormonais
Alterações hormonais como hipotireoidismo, menopausa, andropausa e resistência à insulina, impactam diretamente na capacidade do corpo de queimar calorias. A modulação hormonal personalizada, quando bem indicada, pode ser decisiva para o sucesso do processo.
6. Suplementação individualizada
Nutrientes como magnésio, vitamina D, zinco, B12, tirosina e coenzima Q10 podem ajudar na eficiência metabólica, mas devem ser usados com orientação médica, após exames.
Evidências que confirmam: o metabolismo pode ser reativado
Estudos mostram que indivíduos que ganham massa muscular aumentam significativamente sua taxa metabólica basal. Além disso, pesquisas do Endocrine Society e da Harvard Health reforçam o impacto positivo do sono, da alimentação adequada e da correção hormonal no metabolismo e no controle de peso.
A chave não está em pílulas mágicas, mas em escolhas consistentes. Reativar o metabolismo exige tempo, ajustes e acompanhamento, mas os resultados são duradouros, seguros e transformadores.
“Quando o corpo entende que está seguro, nutrido e forte, ele volta a funcionar como deveria. Isso é reeducar o metabolismo e reconquistar a própria saúde”, finaliza o Dr. Arthur Victor de Carvalho.
Dr. Arthur Victor de Carvalho é médico especialista em menopausa, lipedema e modulação hormonal. Atua com foco na saúde da mulher moderna, unindo ciência, escuta e individualização para devolver às pacientes o que a medicina tradicional muitas vezes ignorou: vitalidade, bem-estar e liberdade para envelhecer com potência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário