A importância da amizade na infância - Joana D'arc

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09 setembro 2016

A importância da amizade na infância

A amizade na infância faz parte do desenvolvimento infantil e deve ser estimulada.

De acordo com o dicionário Aurélio, a definição de amizade é “afeição recíproca entre dois entes”. Entretanto, quem tem um amigo sabe que o significado vai muito além, e inclui identificação, dedicação e intimidade, até mesmo quando os amigos são apenas crianças que ainda estão conhecendo a importância da amizade para suas vidas.
Os benefícios de um relacionamento com um membro fora do convívio familiar são inúmeros, e, por esse motivo, deve ser incentivado pelos pais, pois, quando as crianças têm experiências de carinho e de respeito na família, elas aprendem a manter expectativas positivas em relação ao outro, tornando-se mais amigáveis.
A diferença entre a relação com os familiares e a relação com os amigos é o aprendizado. Enquanto dentro de casa os filhos têm acesso aos valores da família, do lado de fora eles têm a oportunidade de utilizá-los na prática para a socialização.
Ter amigos é um comportamento natural que faz parte do desenvolvimento infantil. O tipo de amizade vai depender da idade da criança. Quando ainda são bebês, elas vão morder e brigar pelos brinquedos com os amigos; conforme crescem e chegam à Educação Infantil, são capazes de se divertir e aprender juntas e, com o passar dos anos, desenvolvem vínculos cada vez mais profundos de confiança e afinidade, essenciais para lidar com as pressões da adolescência.

A amizade para crianças

Ter amigos estimula as crianças a serem mais sociáveis, autônomas e altruístas, e reduz comportamentos negativos. Estes são os resultados de estudos recentes sobre a importância da amizade na infância.
Durante a socialização entre amigos, a criança é capaz de se virar sozinha e de fazer concessões, atitudes que muitas vezes não acontecem na presença dos pais, mas são vistas, por exemplo, na escola, que é um ambiente com princípios estabelecidos para uma boa convivência. Além disso, amizades de qualidade no colégio incentivam habilidades como a cooperação e o revezamento e evitam hostilidade e grandes conflitos. Dessa forma, ela passa a lidar melhor com as próprias emoções, principalmente os meninos, que reduzem as chances de problemas comportamentais durante a infância.
Crianças altruístas e generosas são mais calmas e seguras. O altruísmo permite a melhoria do comportamento e das habilidades sociais, e também da saúde física, já que os baixos níveis de estresse refletem em batimentos cardíacos e funcionamento do cérebro estáveis. Elas também são capazes de reconhecer atos de gentileza, criando empatia pelo outro, o que ajuda a estabelecer uma relação de reciprocidade com um grupo heterogêneo de colegas.
A amizade, ainda, independente da idade, possibilita efeitos positivos por toda a vida. Quem tem amigos vive 22% a mais do que as pessoas que se isolam, tem uma melhor resposta imunológica e mantém um pensamento otimista em relação aos acontecimentos cotidianos.

Amizade pai e filho

Os responsáveis precisam zelar pelo ciclo de amizades dos filhos, principalmente quando eles ainda são muito novos. Além de supervisionar o comportamento e as atitudes das crianças, os
pais podem conhecer ainda mais seus filhos, dessa vez fora do convívio familiar, e aproveitar as descobertas para estreitar os próprios laços com as crianças.
Conforme vão intensificando as relações sociais, as crianças passam a assumir diferentes papeis no ciclo de amigos, do mais autoritário ao mais pacato. O exagero de qualquer um desses comportamentos pode ser prejudicial para o desenvolvimento da criança, e é papel dos pais ensiná-los a ceder ou a se impor mais, sempre de forma respeitosa.
Crianças introvertidas ou tímidas tendem a fazer menos amizades, e não há problema nisso, desde que não se dediquem exclusivamente a apenas um melhor amigo. O apego pode desencadear uma amizade obsessiva, com crises de ciúmes, ansiedade pela separação e desentendimentos frequentes, formando uma relação de baixa qualidade.
Entretanto, mesmo crianças cheias de amigos podem se sentir deslocadas quando não são convidadas para uma tarde de brincadeiras ou uma festa de aniversário, por exemplo, ou quando precisam ser transferidas de um colégio na Mooca para uma escola na região metropolitana de São Paulo. Os adultos precisam ter sensibilidade para lidar com essas situações, que podem ser traumáticas para os filhos.
Uma dúvida latente nos pais é saber a maneira certa de lidar com uma amizade que parece não ser tão positiva assim para seu filho, como, por exemplo, um colega que fala palavrão ou que faz muita bagunça. A melhor maneira é não interferir no comportamento do amigo, mas explicar para o próprio filho os motivos pelos quais determinadas ações não são aceitáveis, e orientá-lo a não replicá-las, sem proibir a continuação da amizade.

 Bullying na infância

A prática do bullying, atos intencionais e repetidos de violência física, verbal, psicológica, virtual ou sexual, é uma verdadeira inimiga das crianças. Vítimas de bullying na infância têm mais problemas de saúde, instabilidade nas relações e chances de vício em substâncias químicas quando se tornam adultos, além de impactos que podem ser devastadores em qualquer momento da vida.
As causas do bullying são variadas e imprevisíveis, mas geralmente estão relacionados a características intrínsecas das crianças. Ele acontece com frequência dentro da sala de aula e é motivo de constrangimento e tristeza para a criança, que pode evitar falar sobre o assunto com pais e professores. Por isso, os adultos precisam manter o diálogo com as crianças desde cedo, já que o bullying não tem idade para acontecer.
Quando a criança é vítima de bullying, é essencial que a família, os amigos e a escola a apoie. Ela deve ter a chance de buscar ajuda especializada e a escola deve conscientizar os alunos sobre os riscos dessa prática para que as crianças possam se desenvolver em um espaço que proporcione amizades de qualidade durante a infância, garantindo experiências positivas por toda a vida. 

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