Todos por Caroline - Joana D'arc

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02 outubro 2017

Todos por Caroline


Aos  5 anos, Caroline apresentava alguns sinais que não eram comuns para a idade. Tinha odor debaixo do braço, acne na região da testa e pelos pubianos (virilização). No início, eu achava que podia ser um descontrole hormonal, mas, não, um câncer, pois ela não reclamava de dor. Tinha febre, mas sempre relacionada a alguma dor de garganta ou de ouvido.
Caroline fez ultrassom em janeiro de 2016 e logo foi diagnosticada uma massa suspeita do tamanho aproximado de uma laranja entre o baço e o rim. Ela foi encaminhada por um endocrinologista para um hospital em São Paulo. Em fevereiro, retirou o tumor. A biópsia revelou um câncer no córtex da suprarrenal (glândula localizada acima de cada rim) – um tipo de câncer raro.
Em junho, exames de controle mostraram que o tumor havia voltado, dessa vez para o pulmão e com múltiplos nódulos (esse tipo de câncer dá metástase para o pulmão, cérebro e ossos). Não seria possível a cirurgia, pois eram vários, e estavam na base dos dois pulmões dela. Em julho, ela iniciou as quimioterapias…
Caroline tomava três tipos de drogas diferentes (cisplatina, doxorrubicina, e etoposídeo). Ela recebia essas drogas durante sete dias (o chamado ciclo quimioterápico) e tinha um intervalo de 21 dias entre um ciclo e outro. Além de sete comprimidos de 500 mg (mitotano/lisodren) que ela tinha que tomar diariamente, o medicamento ficava em torno de R$ 3.000. O hospital de São Paulo não tinha para nos fornecer. Nesse período, a Prefeitura de Santo Antônio do Amparo comprou os medicamentos orais para ela.
O cabelo da minha filha começou a cair, e o meu coração a despedaçar também, porque ela trazia lembranças minha mãe… Nesse período, fiquei em uma casa de apoio em São Paulo. Mas, quando o tratamento estava na metade, precisei lutar por um tratamento melhor, pois o hospital em São Paulo estava em crise. Caroline tomava uma droga que se chamava cisplatina, a medicação causava dores de cabeça e, no hospital, não tinha dipirona ,devido às crises financeiras. O tratamento era feito pelo SUS.
No meio do tratamento, conseguimos transferir Caroline para o convênio e fomos para o hospital São Lucas, em Belo Horizonte. O tratamento foi bem melhor, completo, com um médico bem-conceituado e empenhado pela causa dela.
Em fevereiro deste ano, ela concluiu todas as quimioterapias com a doença em remissão. Mas, como foi um tratamento bem agressivo, Caroline não se alimentava bem e tinha dificuldades para tomar o medicamento oral (mitotano). Após as sessões das quimioterapias endovenosas (pela veia), ela teve um desidratação intensa e chegou em choque hipovolêmico no hospital São Lucas. Nesse dia, o coração apertou mais uma vez e senti que iria perdê-la. Pedi a Deus força e ajuda.
Caroline ficou um dia no CTI. O caso foi revertido e, aos poucos, ela foi melhorando. Os remédios orais (quimioterápicos) foram suspensos. Durante o tratamento, Caroline também precisou tomar soro algumas vezes e de transfusões de sangue.
Fomos, neste mês de junho, a um retorno em Belo Horizonte, e os exames estavam todos bons. Caroline está limpa. Bom, ela ainda irá precisar de um controle com exames de sangue (o SDHEA, que é um exame de sangue hormonal específico que pode determinar, juntamente com outros, se ela tem ou não a presença do câncer do córtex da suprarrenal) e exames de imagem durante um bom tempo.
Desde o início das quimioterapias, Caroline precisou iniciar o uso de dois medicamentos: o fludrocortisona e o prednisolona, que são corticoides para controlar a insuficiência adrenal decorrente da retirada da glândula suprarrenal esquerda e das quimioterapias que afetaram a adrenal direita. Ela ainda usa esses medicamentos e faz controle com o médico endocrinologista.
Como o convênio é participativo, claro que nos gerou altos custos. Minha irmã estava me ajudando a pagar, mas os boletos vêm altos demais durante alguns meses. Como minha renda que é o benefício que recebo de Caroline (LOAS) e a pensão, que é baixa, é bem difícil manter as contas em dia. Daí decidi lançar algumas campanhas para pedir ajuda e conseguimos quitar um dos boletos que vieram mais altos. Agora, o desafio será manter o plano de saúde, já que transferir a Caroline para o SUS não será viável no momento.



Vamos ajudar!!


BANCO BRADESCO

CAROLINE APARECIDA DINIZ MOSCARDINI

CPF: 128.877.196-70

AGÊNCIA: 6564-1

CONTA POUP: 1001166-3






Depoimento: Mari Diniz


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