Com direção de Suzana Saldanha e supervisão de direção de Gilberto Gawronski, a peça traz no elenco a atriz Bianca Byington, tem participação especial em vídeo de Malu Mader e tem sua composição-tema assinada por Tonny Belloto e seu filho João Mader. A direção musical é de João Pedro Bonfá. A direção de produção é de Jenny Mezencio e a coordenação geral é de Flávio Helder e BFV Cultura e Esporte.
O espetáculo cria uma reflexão sobre temas como confiança, respeito, amizade e democracia.
Crédito: Kika Antunes
A coletividade e a importância de se respeitar as diferenças são pautas levantadas por A Comunidade do Arco-Íris, o único trabalho do saudoso autor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996) voltado para o público infantil. A obra ganhou uma montagem dirigida por Suzana Saldanha, sob supervisão de Gilberto Gawronski, que estreou em 2024 e teve temporadas de sucesso em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Agora, a peça chega ao Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, onde tem sua estreia paulista e fica em cartaz de 19 de julho a 31 de agosto, com sessões aos sábados e domingos.
Este projeto conta com o patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O trabalho traz no elenco Bianca Byington, Raquel Karro, Tiago Herz, Lucas Oradovschi, Lucas Popeta, André Celant, Renato Reston, Patricia de Farias, Aisha Jambo (stand-in) e Maksin Oliveira (stand-in). Além disso, conta com participação especial em vídeo de Malu Mader na abertura do espetáculo.
Na trama, brinquedos e seres mágicos decidem viver numa comunidade na floresta, longe do mundo dos humanos, onde não há poluição e nem consumo desenfreado. A chegada de três gatos a esse recanto de paz, provoca discussões sobre confiança, respeito, amizade e democracia.
Nesse lugar, que lembra uma espécie de rave ou festa hippie, os personagens vivem afastados do mundo humano. São eles: uma sereia cansada da poluição de mares e rios, uma bruxa de pano e uma bailarina de caixinha de música trocadas por videogame e outros eletrônicos, um soldadinho que não gosta de guerra e tem vocação para jardinagem, um mágico que deseja fazer suas mágicas sem ser criticado e um roqueiro que quer tocar sua música na tranquilidade da natureza.
No papel da Bruxa de Pano, Bianca Byington comenta que não conhecia esse lado do autor “surpreendentemente leve, que não perde o sarcasmo em pequenas brincadeiras”. Para a atriz, chama a atenção que, em 1971, ele tenha dado importância à questão ambiental. “Abordagem simples, sem militância, mas no fundo fala o que realmente importa, a insatisfação em relação ao mundo capitalista, ao consumo”, diz.
O cenário é composto por uma grande estrutura de ferro flexível que abrange o cenário interativo criado por Sérgio Marimba, promovendo um diálogo com a luz de Aurélio de Simoni e os figurinos de Danielly Ramos. As crianças são levadas a um mundo de faz de conta, com ambientes coloridos em que os atores podem se pendurar, penetrar, subir e passear livremente.
Segundo Gawronski, na peça, o autor gaúcho convida as crianças à reflexão sobre convívio e coletividade. “Não é um texto sobre empoderamento da mulher, nem sobre racismo, gênero, ou etnias se colocando. Mas abrange isso tudo. O Arco-Íris de Caio é uma ode à diversidade. Simboliza um lugar ‘outsider’, alternativo, uma busca pelo utópico, onde todos vivem em harmonia e a diferença é respeitada”, comenta.
A direção musical da peça é de autoria de João Pedro Bonfá, que mescla canções gravadas e música ao vivo. “Sempre que posso utilizar como trilha sonora o personagem Roque, interpretado pelo ator e músico Tiago Herz, é muito rico”. Segundo Bonfá, Caio Fernando indica no texto uma letra com o hino da comunidade do Arco-Íris que, nesta montagem, é musicada por Tony Bellotto e por seu filho, João Mader. “A música virou um baita Rock n’ roll no estilo Titãs. Nós gravamos de uma vez, no estúdio, igual banda de rock, com guitarra e bateria. Isso trouxe uma sonoridade final bem interessante”, conta.
“A Comunidade do Arco-Íris” é um espetáculo que se alinha aos valores que o Centro Cultural Banco do Brasil busca promover em sua programação, como diversidade, sensibilidade artística e estímulo ao pensamento crítico desde a infância. Ao realizar esse projeto, o CCBB SP reafirma seu papel como espaço de diálogo e formação cultural incentivando reflexões sobre respeito, convivência e a valorização das diferenças. “É uma honra receber uma obra tão simbólica e atual, que apresenta o universo do Caio Fernando Abreu às novas gerações com leveza e profundidade, pois acreditamos na força da arte para inspirar novas formas de ver e viver o mundo, e esta peça representa exatamente isso”, afirma Cláudio Mattos, gerente geral do CCBB São Paulo.
Suzana Saldanha e Caio Fernando Abreu
“Apesar de escrita há mais de 40 anos, trata-se de uma peça ecológica e atual. Caio denuncia, naquela época, o mesmo que denuncio hoje, em 2025”, diz Suzana Saldanha, que participou da fundação do inovador Grupo de Teatro Província de Porto Alegre, em 1970, onde trabalhou com Caio Fernando Abreu. “Além de jornalista e escritor, era um belíssimo ator”, lembra. Logo depois, em 1971, Caio escreveu “A Comunidade do Arco-Íris”.
“O texto fala de forma poética sobre esse movimento de pessoas se organizando em comunidades, no auge da ditadura. Para nós, artistas, estava muito ruim. Mas nem todos iam da cidade para o campo. Caio foi para uma comunidade em Londres. Já eu fui morar, em 1973, com colegas de faculdade no Centro de Arte Sensibilização e Aprendizagem, onde também funcionava uma escola de teatro, em Porto Alegre”, recorda.
Quando volta ao Brasil em 1979, Caio entrega “A Comunidade do Arco-Íris” nas mãos de “Suzy Baby”, como chamava a amiga Suzana. “Eu fiquei louca com o texto”, lembra a diretora, que, no mesmo ano, estreia o espetáculo sob sua direção. Em 2008, a diretora contribui para a montagem da peça com crianças da Escola Carlitos (SP).
Em 2018, um novo encontro com a obra: Suzana apresenta o texto ao amigo e produtor Flávio Helder, que se apaixona, e decidem remontá-lo. “Eu quero mostrar ao público o lado amoroso e divertido de Caio Fernando, um autor que ficou muito marcado como porta-voz do mundo gay e que não conheceu a fama em vida, mas que hoje é lido por todos, sobretudo o público jovem”, afirma a artista.
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Texto: Caio Fernando Abreu
Direção: Suzana Saldanha
Supervisão de direção: Gilberto Gawronski
Elenco:
Bianca Byington (Bruxa de pano);
Raquel Karro (Sereia)
Tiago Herz (Roque)
Lucas Oradovschi (Mágico)
Lucas Popeta (Gato Simão)
André Celant (Soldadinho)
Renato Reston (Gato Tião)
Patricia de Farias (Gata Bastiana)
Stand-in ( Bruxa de Pano): Aisha Jambo
Stand-in ( Mágico): Maksin Oliveira
Participação especial em vídeo: Malu Mader
Cenário: Sérgio Marimba
Iluminação: Aurélio de Simoni
Figurinos: Danielly Ramos
Visagismo: Joana Seibel
Direção de movimento/coreografia: Sueli Guerra
Assistência de movimento/coreografia: Edney d’Conti
Composições e supervisão musical: Tony Belloto em colaboração com João Mader
Direção musical: João Pedro Bonfá
Programação Visual: Juliana Della Costa
Assessoria de Imprensa em SP: Pombo Correio
Assistente de produção: Sofia Lima
Direção de produção: Jenny Mezencio
Coordenação geral e realização: Flávio Helder e BFV Cultura Esporte
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Instagram: @acomunidadedoarcoiris2024
Sinopse
Brinquedos e seres mágicos decidem viver numa comunidade na floresta, longe do mundo dos humanos, onde não há poluição e nem consumo desenfreado. A chegada de três gatos a esse recanto de paz, provoca discussões sobre confiança, respeito, amizade e democracia.
Serviço
Espetáculo “A Comunidade do Arco-Íris”
Período: 19 de julho a 31 de agosto de 2025
Horário: Julho | Sábados e domingos, às 11 e às 15h
Agosto | Sábados, às 11 e às 15h e Domingos, às 15h.
Local: Teatro CCBB SP
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico - SP
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) disponível em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB | Meia-entrada: para estudantes, professores, profissionais da saúde, pessoa com deficiência - e acompanhante, quando indispensável para locomoção, adultos maiores de 60 anos e clientes Ourocard.
Capacidade: 120 lugares
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
INFORMAÇÕES CCBB SP
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico | São Paulo/SP
Entrada acessível CCBB SP: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Contato: (11) 4297-0600 | ccbbsp@bb.com.br
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
instagram.com/ccbbsp | facebook.com/ccbbsp | tiktok.com/@ccbbcultura
Nenhum comentário:
Postar um comentário