Exame identifica alterações no DNA da paciente e contribui para escolha de terapias personalizadas
O câncer de ovário é considerado o mais difícil de detectar precocemente entre os tumores ginecológicos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é de que mais de 7 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil até o fim de 2025.
A doença é frequentemente assintomática em seus estágios iniciais, o que contribui para que cerca de 75% dos casos sejam diagnosticados em fases avançadas.
“A maior dificuldade está no fato de que os sintomas do câncer de ovário são inespecíficos e facilmente confundidos com outros problemas digestivos ou ginecológicos. Muitas mulheres convivem com inchaço abdominal, dor pélvica e alterações urinárias sem imaginar que podem estar diante de algo mais grave”, explica o Dr. Caetano da Silva Cardial, cirurgião oncológico e mastologista.
Outros sintomas também precisam de atenção como: alteração no ciclo menstrual, dificuldade para comer ou sentir-se cheio rapidamente, alterações nos hábitos intestinais (prisão de ventre, diarreia) e cansaço extremo.
Em razão de ser uma doença silenciosa com números alarmantes, a Clínica Terra Cardial destaca a importância da prevenção e do acompanhamento regular, especialmente neste mês em que se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, em 8 de maio.
“Precisamos falar mais sobre a doença e sobre a importância do diagnóstico e isso se faz com informação. Quanto mais cedo identificarmos os riscos, maiores as chances de sucesso no tratamento e na preservação da qualidade de vida da paciente”, ressalta Dr. Caetano.
Os principais fatores de risco para esse tipo de tumor são: idade superior a 50 anos, histórico familiar de câncer de ovário ou de mama, e a presença de mutações genéticas nos genes BRCA1 e BRCA2.
Embora o ultrassom transvaginal e o marcador tumoral CA-125 sejam ferramentas valiosas no acompanhamento de mulheres com sintomas sugestivos ou histórico familiar de câncer de ovário, eles não são recomendados como exames de rotina para todas as pacientes. Isso se deve à possibilidade de resultados imprecisos, incluindo falsos positivos e negativos, que podem levar a intervenções desnecessárias ou à falsa sensação de segurança
“Esses exames podem ajudar a identificar alterações nos ovários, mas ainda não são eficazes o suficiente para serem usados como rastreamento em larga escala, como acontece com a mamografia para o câncer de mama”, explica o médico.
Mapeamento Genético
O mapeamento genético é hoje uma das estratégias mais eficientes para identificar mulheres com predisposição à doença e traçar um plano de acompanhamento individualizado.
O teste do gene BRCA procura alterações no DNA que aumentam o risco de câncer de mama e de ovário. Ele usa uma amostra de sangue ou saliva para identificar essas mudanças.
Além das mutações no BRCA, outras alterações genéticas também podem aumentar o risco de câncer de ovário. Nesses casos, a realização de um painel multigênico — um teste genético que analisa simultaneamente diversos genes associados ao câncer hereditário — torna-se uma ferramenta valiosa para uma avaliação de risco mais abrangente.
Os resultados dos testes genéticos nem sempre são claros e precisam de interpretação médica. “Um resultado positivo indica a presença de uma alteração genética associada a um risco aumentado de câncer, mas não garante que a doença se manifestará. É essencial consultar um especialista para compreender o resultado e planejar estratégias de monitoramento e prevenção adequadas para a paciente”, comenta o ginecologista.
“Se você tem dois ou mais parentes de primeiro grau com histórico de câncer de mama ou casos múltiplos de tumores relacionados como ovário, endométrio, cólon ou reto, pâncreas e próstata, é recomendável buscar orientação de um mastologista ou ginecologista oncológico para avaliar a necessidade de realizar um teste genético”, finaliza o especialista.
Sobre o especialista
Dr. Caetano da Silva Cardial é graduado pela Faculdade de Medicina do ABC, cirurgião oncológico e mastologista, mestre em tocoginecologia pela Santa Casa de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e membro do Conselho Nacional de Especialidades de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia).
Sobre a Clínica Terra Cardial
A Clínica Terra Cardial é liderada pela Dra. Márcia Fuzaro e pelo Dr. Caetano da Silva Cardial, especialistas em saúde feminina. A Dra. Márcia, graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC e doutora em tocoginecologia, é professora associada e chefe do setor de Patologia do Trato Genital Inferior e colposcopia, além de ser presidente da ABPTGIC. O Dr. Caetano, também graduado pela mesma instituição, é cirurgião oncológico e mastologista, mestre em tocoginecologia pela Santa Casa de São Paulo, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e membro do Conselho Nacional de Especialidades de Ginecologia Oncológica da FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia). Ambos estão disponíveis para falar sobre temas como ginecologia, cirurgias ginecológicas, cirurgia oncológica feminina, inserção de DIUs hormonais, implantes contraceptivos e tratamentos a laser para saúde e estética íntima feminina.
Clínica Terra Cardial (@clinicaterracardial)
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