As buscas pelo termo da síndrome e por complementos como “o que é” e “significado” denotam o desconhecimento de uma questão séria que impactou, pelo menos, quase meio milhão de trabalhadores em 2024. Esse dado é do Ministério da Previdência Social e foi divulgado com exclusividade pelo portal G1, o qual representa aumento de 68%, comparado a 2023.
O burnout, por definição, se caracteriza por uma condição que causa sofrimento psicológico, capaz de também se manifestar fisicamente. Alguns sintomas associados, segundo o Ministério da Saúde, são pressão alta, cansaço excessivo, dificuldades de concentração, isolamento, negatividade constante e sentimentos de incompetência.
Em contraposição, as 33.100 pesquisas sobre o CID indicam conhecimento da mudança recente, registrada no início de 2025, que incluiu a síndrome de burnout na Classificação Internacional de Doenças no Brasil com o CID-11. Essa atualização representa um avanço importante para a crise de saúde pública causada pelos sintomas desse transtorno.
Diagnóstico e tratamento
Entre os índices preocupantes, estão as 3.600 procuras sobre “síndrome de burnout teste”. Apesar de a internet disponibilizar ferramentas que auxiliam na identificação de sintomas e informações sobre a doença, o diagnóstico não é feito sem o acompanhamento de um profissional especializado – no caso, psicólogo ou psiquiatra.
O autodiagnóstico, assim como a automedicação orientada por chatbots ou pesquisas no Google, representam um alto risco para a saúde do indivíduo. Além disso, contribuem para que o ciclo de sofrimento se estenda mais que o necessário, agregando possível rebote de medicamentos e efeitos colaterais.
No entanto, a internet pode ajudar de maneira efetiva no diagnóstico e tratamento, por meio de teleconsultas. Inclusive, o volume de pesquisas por “terapia online” em setembro de 2025 foi de 27.100. Esse dado aponta a aprovação e o interesse pela praticidade de tratar a condição, seja com um psicólogo online ou presencialmente em clínicas.
Burnout digital e laboral
A ambivalência do ambiente virtual e das redes com a saúde mental é uma constante. E a superexposição às redes sociais e aos conteúdos produzidos pode desencadear uma crise de esgotamento emocional. Reduzir o tempo de tela e passar tempo ao ar livre são alternativas que se associam ao tratamento clínico com um profissional especializado.
O burnout no trabalho, por sua vez, tem sido cada vez mais frequente no país e se tornou um problema de saúde pública. No último biênio, a quantidade de benefícios concedidos a trabalhadores afastados por incapacidade temporária, causada pelo adoecimento mental, cresceu 134%, fato que exige discussão e ação nos âmbitos político, econômico e social.
Mesmo que não seja possível evitar completamente o risco de desenvolver um quadro de burnout, existem caminhos de prevenção. O Ministério da Saúde recomenda psicoterapia, exercícios físicos, lazer e tempo de qualidade com pessoas do círculo familiar ou de amizade como estratégias para equilibrar e diminuir o estresse e a pressão do trabalho.
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