Com toques de realismo fantástico, Antonio Carlos Brandão vislumbra como seria um mundo igualitário e sem marcadores sociais
Num canto esquecido do Brasil, surge Nova Ilusão, uma comunidade utópica diferente de tudo o que se conhece. O idealizador, Coronel Broussard, era neto de revolucionários franceses e sonhava com uma sociedade pluralista, livre, igualitária e fraterna, sem marcadores de raça, gênero ou classe social. Em Verde, amarelo e outras cores, Antonio Carlos Brandão conta a história deste lugar por meio das memórias de Frei Barbudo, o último sobrevivente.
No decorrer das páginas, o narrador apresenta personagens singulares, como Feliciano Firmino, um gênio precoce de 10 anos obcecado por filosofia; Tião Ekundayo, africano que fugiu da escravidão e carrega uma sabedoria espiritual profunda, e Maria do Rosário, ex-prostituta que encontrou na educação uma forma de resistência. À margem da sociedade, eles acharam em Nova Ilusão um lar e um propósito - até mesmo Frei Barbudo, ex-presidiário que mistura ciência e religião em suas missas não ortodoxas.
Mas, o sonho de um mundo igualitário não dura muito tempo. A chegada de um circo acaba com o isolamento do povoado, e Bambolino, um palhaço imortal, torna-se guia nas questões filosóficas e sociais dos habitantes. O que parecia ser um encontro inofensivo, muda drasticamente o rumo da vida dos moradores: os olhares do mundo exterior se voltam para eles e apresentam perigos imprevisíveis. Afinal, o que pode acontecer se Nova Ilusão for tomada pelos grandes e poderosos?
*Aviso de violência e conteúdo sexual explícito.
Repleto de referências a Newton, Pitágoras, Voltaire e Sócrates, esta história encanta apaixonados por filosofia, mas não só eles. Inspirado nos conceitos de Spinoza, o autor Antonio Carlos Brandão questiona crenças, sistemas de organização social e a transitoriedade do tempo. Na linha tênue entre o real e o extraordinário, Verde, amarelo e outras cores afronta, provoca e faz sonhar com um novo mundo.
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Quem é Antonio Carlos Brandão?
Médico com mais de 40 anos de experiência, doutor em Ciências da Saúde e professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), o autor publicou vários trabalhos na área científica. Em paralelo à carreira na saúde, é escritor de literatura fantástica. Lançou o primeiro livro de ficção em 2015, “Murmúrio das Plantas”, que recebeu homenagem na Câmara Municipal de São José do Rio Preto. Agora, publica Verde, amarelo e outras cores, inspirado no realismo fantástico e na filosofia.
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