O poder do incômodo: palestra de José Luiz Tejon marca lançamento do livro do Instituto Mais Identidade - Joana D'arc

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27 novembro 2024

O poder do incômodo: palestra de José Luiz Tejon marca lançamento do livro do Instituto Mais Identidade

Instituto Mais Identidade, grande vencedor do 1º Prêmio Merula Steagall no 11º Congresso do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), reabilita gratuitamente e com tecnologia de ponta pacientes com mutilações faciais


Você pode nunca ter ouvido falar do Instituto Mais Identidade. Também pode nunca ter cruzado o caminho com uma pessoa sem o globo ocular, uma das orelhas ou que tem parte da face mutilada. São brasileiros que vivem à margem, escondidos e tentando passar despercebidos. Com lançamento marcado para 18 de dezembro, o livro “A lição de Antonella e outras histórias de amor – a origem do Instituto Mais Identidade” reúne relatos de superação de pacientes atendidos no Instituto Mais Identidade, que recuperaram não só a própria imagem, mas também a dignidade e o sorriso.


A instituição vencedora do 1º Prêmio Merula Steagall no 11º Congresso do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) deste ano reunirá, no auditório da UNIP, a partir das 19 horas, pacientes, equipe, apoiadores, jornalistas, empresários e demais pessoas interessadas em conhecer mais sobre o projeto social de grande impacto. “O livro é uma celebração à vida, às histórias de superação e ao trabalho dedicado de toda equipe do Instituto”, comenta o anfitrião do evento e presidente voluntário do Instituto Mais Identidade, Luciano Dib.


O convidado para palestrar é José Luiz Tejon que, aos 4 anos, teve o rosto queimado em um acidente doméstico, sofreu preconceitos pela aparência e se tornou doutor em pedagogia da superação. Além da tese pioneira, tem 10 livros solos publicados e dezenas de outros em co-autoria. “Toda pessoa tem condição de superar. A partir do incômodo, seja um trauma, uma deficiência, uma limitação, o ser humano é capaz de crescer. É preciso incômodo para se transformar e, até mesmo, sonhar.”, defende Tejon.  


O Poder do Incômodo, tema da palestra e do mais novo livro de José Luiz Tejon, traz como caminho para a superação cinco etapas importantes. A primeira é o resgate físico, seguido do acolhimento, reeducação para a vida, colocar-se de novo em atividade para, enfim, resgatar a liberdade de continuar existindo. “Não fazemos isso sozinhos. Essa conquista é sempre resultado de seres humanos que nos impulsionam, seja um familiar, um vizinho, um profissional ou uma instituição que nos acolhe, mas lembrando sempre da importância de devolver autonomia”, reitera.


O que José Luiz Tejon vivenciou, comprovou em sua tese inédita de doutorado é o que o Instituto Mais Identidade atesta com a dedicação abnegada de profissionais com mais de três décadas de experiência e 200 de pacientes já atendidos, vindos de 13 estados do país. O trabalho de grande impacto científico e social da instituição sem fins lucrativos, incubado na Universidade Paulista (UNIP), impressiona. Não só a cada prótese facial produzida de forma personalizada com uso de smartphone e tecnologia 3D, mas pela atenção cuidadosa em garantir acolhimento para pacientes de outras regiões do país na capital paulista, atendimento psicológico, roda de conversa e acompanhamento de assistente social para ajudá-los a resgatar pequenas conquistas diárias.

 

Um exemplo simples: o cadastramento na plataforma “gov.br”, que conecta os cidadãos a inúmeros serviços públicos (identificação civil, carteira de habilitação, título de eleitor, etc.) não se completa, no caso de brasileiros que usam prótese facial, pois a plataforma não reconhece a leitura do rosto reconstituído. “Quem tem deformidades na face ou próteses enfrenta dificuldade até com ferramentas de tecnologia de reconhecimento facial, o que causa uma série de transtornos para ter assegurados direitos básicos”, comenta o psicólogo Nicolas Cohen, que faz parte da equipe do Instituto Mais Identidade.


Câncer é principal causa das mutilações faciais


No Brasil, ocorrem mais de 30 mil casos de câncer na região da cabeça e pescoço por ano. E não estão incluídos nesta estatística pacientes vítimas de acidentes e outras formas de traumas. Com 180 páginas, o livro “A lição de Antonella e outras histórias de amor – a origem do Instituto Mais Identidade” expande a visibilidade para o preconceito e dificuldades enfrentados por brasileiros com deformidades faciais mostrando um caminho possível para que eles possam viver com dignidade. “São pessoas que vivem à margem da sociedade, com vergonha das mutilações, enfrentando estigma e preconceito. Pacientes que apresentam limitações funcionais importantes, como dificuldade na fala, alimentação, visão e sociabilidade. Quando recebem a prótese, retomam a vida com plenitude”, comemora o cirurgião-dentista e presidente do Instituto Mais Identidade, Luciano Dib.


Nas entrelinhas, o legado de especialistas com reconhecimento internacional que resgata identidades, devolve sorrisos. Todo atendimento é gratuito graças a doação de pessoas físicas e empresas que também se sensibilizam com a causa. A família da farmacêutica Nathalia Quirino Franco e do engenheiro Paulo Franco é uma das que apoiam o Instituto Mais Identidade. De apoiadores espontâneos, eles se viram do outro lado da história quando a segunda filha do casal - Antonella - nasceu sem os dois globos oculares. “Vivemos cinco meses com ela e aprendemos muito. O amor que Antonella deixou vivo em nossa família nos faz melhores, ajuda a enxergar ainda mais o valor da inclusão, da acessibilidade. Sinto que ela deixou uma grande missão para a gente”, destaca o casal, lembrando que A lição de Antonella e outras histórias de amor – a origem do Instituto Mais Identidade é um instrumento para que mais pessoas possam se conectar com as histórias de superação e abraçar causas como a do Instituto Mais Identidade.  


 
 

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