Trocar o certo pelo duvidoso: será que vale a pena? - Joana D'arc

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30 outubro 2018

Trocar o certo pelo duvidoso: será que vale a pena?







Os riscos de jogar tudo para o alto e empreender tem feito muitos brasileiros se ‘virarem nos 30’ na hora de abrir um negócio no Brasil e a solução encontrada tem sido empreender e continuar com a posição de empregado, aponta pesquisa
Tendência para 2019, a onda do empreendedorismo paralelo ganhou força no mercado brasileiro nos últimos meses. Com a promessa de associar qualidade de vida e satisfação profissional, a prática de abrir um negócio e continuar empregado é um dos principais destaques apontados pelo Caderno de Tendências 2018/2019, divulgado pelo SEBRAE.
O consultor em negócios e CEO da Contabilivre, Mauro Fontes, explica que essa crescente deve-se, principalmente, à atual instabilidade econômica do país. “É uma atitude cautelosa, que pode ser explicada também pelo atual cenário econômico do Brasil, afinal há medo de se trocar o certo pelo duvidoso e quando analisamos os números de desemprego, os índices econômicos e a recessão, chegamos à conclusão que faz sentido esse receio”, explica.
Então, como fazer para realizar o sonho de ser o dono do próprio nariz e, ainda, manter o emprego formal de carteira assinada? Mauro explica que é fundamental fazer um planejamento prévio, garantindo a sustentabilidade da operação, sobretudo no início, quando o futuro é incerto em relação à aceitação de produtos e serviços do novo empreendimento e acrescenta que basta observar os dados recentes divulgados pelo Sebrae que mostram que de cada 100 empresas abertas no País, mais de 30% fecham após 2 anos. Das que resistem aos dois anos iniciais, apenas 40% conseguem se manter no mercado, após os primeiros cinco anos. “Sem dúvida, trocar o certo pelo duvidoso, para quem já está no mercado de trabalho, é uma aposta de alto risco, mas pode valer muito a pena, se a lição de casa for bem feita, antes de abrir as portas. Além do planejamento financeiro, é preciso ver como fazer essa gestão a distância, quando não se está no local, por exemplo. Atuar em duas frentes distintas, pensando que o horário comercial é um só, requer uma certa habilidade”, explica.
O especialista pondera que há muita coisa a ser levada em conta antes de empreender, principalmente na fase do planejamento, quando é necessário avaliar a viabilidade do investimento e do período inicial, e ir se preparando para o pior cenário. “Assim, o empreendedor fica mais resguardado”, explica. Questionado sobre assumir o compromisso de começar um negócio, sem comprometer a renda, Fontes é categórico. “É muito importante definir os custos da operação, sem esquecer de nada, tendo em vista porcentagens referentes a esse plano de viabilidade. E tudo tem de ser colocado no papel: aluguel do ponto, contratação de pessoal, compra de equipamentos, estoque etc. Deve ter tudo na ponta do lápis, antes de assumir o compromisso da dupla jornada”, completa.
Outra dica importante, na visão dele, é saber o passo que se vai dar pelo tamanho das próprias pernas. Atualmente há um leque de opções para empreender, de uma operação bem pequena até uma empresa mais robusta, de maior custo. “Pode-se optar, por exemplo, por um negócio online, que exige investimento de valor mais baixo, com horários mais flexíveis”, indica. A grande lição para o empreendedor e a mais importante nesse momento, destaca o especialista, é a etapa pré-abertura. “Pode não parecer, mas é a fase primordial de qualquer projeto de empreendedorismo. Toda a análise que acompanha essa etapa vai servir como bússola para desenvolver e expandir o negócio”, afirma.

O entrevistado:

Mauro Fontes, é formado em contabilidade e administração de empresas. Hoje, CEO da Contabilivre, ele é dono de uma habilidade ímpar em oferecer consultoria contábil e tributária para empresas de diferentes portes. Mauro também é palestrante e mentor na área de empreendedorismo e gestão financeira.




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