IMERSÃO DE UMA SEMANA DOBRA CHANCES DE PARAR DE FUMAR - Joana D'arc

Destaques

31 maio 2017

IMERSÃO DE UMA SEMANA DOBRA CHANCES DE PARAR DE FUMAR

Abstinência de cigarro chega a 57% para os que buscam o acolhimento em uma clínica, contra 27% dos que não fazem essa escolha




Sabendo parar de fumar, não vai engordar. Um dos grandes tabus em relação à abstinência de cigarro, o medo de ganhar peso, pode ser contra-atacado com eficiência e resultados positivos – informação útil a propósito do Dia Mundial sem Tabaco em 31 de maio. A afirmação é da especialista no tratamento, psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do setor de Dependência Química da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e diretora da Espaço Clif. A médica adaptou para o Brasil uma metodologia da Mayo Clinic, dos Estados Unidos, onde ela passou, na última década, um período pesquisando no Centro de Dependência de Nicotina.
A base do tratamento envolve a imersão do paciente em local adequado para sua recuperação e onde, além de um ambiente amigável, exista o acompanhamento em tempo integral de profissionais especializados. O modelo prevê que uma semana desse “intensivão” unindo medicamentos (diferenciados, de acordo com cada pessoa e as suas características), terapia específica, mais acompanhamento de nutricionista permita ao fumante largar o cigarro sem engordar – um dos grandes entraves verificados nas consultas. A imersão do paciente em uma clínica, por si só, já dobra as chances de sucesso. Pesquisa da Mayo Clinic mostra que 57% dos que fazem essa opção conseguem largar o cigarro em definitivo, contra apenas 27% dos que passam pelo tratamento convencional, feito em ambulatório.
“Esse é um método científico, com comprovações tangíveis, e que proporciona ao especialista detectar o obstáculo emocional de cada paciente para ele parar de fumar. Consigo, então, ir direto aos paredões criados pelo fumante e que lhe dificultavam, até então, realizar com eficácia o tratamento adequado”, diz Analice. Junto da também diretora e psicóloga Sabrina Presman, que coordenou todo o Programa Estadual de Combate ao Fumo no RJ, a psiquiatra comanda uma equipe multiprofissional focada em fornecer todo o suporte necessário a quem quer – e precisa – parar de fumar.
Aproveitando a proximidade do Dia Mundial sem Tabaco em 31 de maio, as profissionais se mudam dia 18 de junho, por uma semana, para um local em Itatiaia, no Rio, onde vão aplicar o método aliado aos benefícios que o ambiente pode oferecer, incluindo o programa de nutrição. “A internação auxilia também na reprogramação mental de quem quer superar o vício em cigarro. Orientamos sobre as diversas técnicas para os pacientes se manterem longe do fumo, sendo que cada um tem uma prescrição conforme a sua realidade. Junto à medicação, mais o trabalho do nutricionista, evita-se com mais chances as recaídas”, diz Sabrina Presman, diretora da clínica e também especializada em Dependência Química pela Uniad/Unifesp.
Estatísticas - Em 25 anos, o percentual de pessoas que fumam no Brasil caiu de 29% para 12%. Mas o país ainda é o 8º no ranking mundial de fumantes. Ao todo, quase 20 milhões de brasileiros são viciados em nicotina, sendo 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens. Os dados são de pesquisa publicada na revista científica The Lancet (abril/2017).
OBSERVAÇÃO: As especialistas Analice Gigliotti e Sabrina Presman estão disponíveis para entrevistas.
ABAIXO, MAIS TÓPICOS PARA ABORDAR COM AS ESPECIALISTAS:
Fumar ajuda a lidar com o estresse, certo? Errado.
Esta é uma ideia comum e equivocada. “O cigarro não tem qualquer substância relaxante. As pessoas é que se condicionam a buscar o cigarro nos momentos estressantes, porque a hora de fumar é uma parada no tempo, um intervalo para pensar e se distrair”, diz a psiquiatra Analice Gigliotti, chefe do Setor de Dependência Química da Santa Casa RJ e diretora do Espaço Clif.


(outras informações: Analice é especialista em Dependência Química e Mestre em Psiquiatria pela UNIFESP, Vice Presidente da APERJ, membro do Comitée Global da Society for Research on Nicotine and Tobacco, e autora de livro a respeito).

. Controle da perda de concentração – a nicotina pode melhorar a concentração. É desenvolvido um trabalho para o paciente se organizar e se planejar melhor.


. Como parar de fumar? Se não fumar quando quero, me dá a maior fissura! –
 A boa notícia é que a tal fissura pelo cigarro dura, em média, de 2 a 5 minutos. Incrível, não é? Pois então: quanto mais tempo o paciente for ficando em abstinência, menos intensa e frequente será essa vontade.


Esses temas e outras abordagens naturais, como tratamentos, tempo de duração, a importância do pós-atendimento a quem parou de fumar; como lidar com recaídas...

. Teste sobre nível de dependência do fumo –
 publicação de teste científico (de Fagerström) para o leitor verificar o grau de dependência que existe para a nicotina : muito baixo, baixo, moderado, elevado etc. Os resultados serão verificados pelo público conforme a tabela publicada e as indicações para as respostas.

ABAIXO:

Teste de Fagerström para síndrome de dependência de nicotina

1. Quanto tempo após acordar você fuma seu primeiro cigarro ?

Em cinco minutos (3)
Entre 6 e 30 minutos (2)
Entre 31 e 60 minutos (1)
Após 60 minutos (0)

2. Você acha difícil não fumar em lugares proibidos como igrejas, bibliotecas, etc.?

Sim (1)
Não (0)

3. Qual o cigarro do dia que traz mais satisfação?

O primeiro da manhã (1)
Outros (0)

4. Quantos cigarros você fuma por dia ?

Menos de 10 (0)
De 11 a 20 (1)
De 21 a 30 (2)
Mais de 31 (3)

5. Você fuma mais frequentemente pela manhã?

Sim (1)
Não (2)

6. Você fuma, mesmo doente, quando precisa ficar de cama a maior parte do tempo ?

Sim (1)
Não (0)



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